Antes de tudo, as colagens são figurinhas carimbadas em diversas peças de motion. Desde parte de corpos flutuando no espaço até flores, animais e combinações diversas, esse estilo de design é extremamente poderoso e criativo. Por isso, para trazer mais inspiração nesse início de semana, saca só essa entrevista que a Colossal fez com Julie Liger-Belair, uma artista que cria colagens surreais maravilhosas.

Casa, Interior e Sonhos

“A casa pode ser um símbolo de conforto e refúgio do mundo cruel. Uma casa, em outras palavras, pode ser um reflexo de tudo o que valorizamos”, diz a artista baseada em Toronto, Julie Liger-Belair, cujas colagens em técnica mista frequentemente têm como foco representações do lar. “Mas uma casa também pode ser um lugar de medo, opressão e impotência”, acrescenta. “Estou realmente obcecada por essa dualidade.”

Liger-Belair complementa fotografias encontradas, retratos históricos, botânicos e papéis estampados com uma variedade de materiais de desenho. Além disso, durante a pandemia, quando as quarentenas impuseram limites entre os espaços interiores e o mundo exterior, ela começou a refletir sobre o que significa fazer ou mostrar algo “do lado de dentro”. Dessa forma, isso levou à incorporação de motivos relacionados aos espaços de vida e moradores enigmáticos. Corpos se fundem à arquitetura, botânicos florescem a partir de torsos e membros, e paisagens sobrenaturais se estendem ao longe.

As colagens de mundos surreais

Com base em seu interesse por sonhos e mundos surreais, Liger-Belair explora o domínio do desconhecido. Cada composição é fundamentada em um senso de maravilha, examinando o que percebemos como realidade ou ficção. Ela diz:

“Acredito que os seres humanos sempre foram atraídos pelo reino do improvável, pois é um tema tão comum em livros, filmes e obras de arte de diferentes culturas e épocas da história. Eu até argumentaria que podemos entender a ciência como uma tentativa de descobrir ou vislumbrar o improvável oculto ou embutido no real. Estou pensando aqui em vistas microscópicas de células ou até mesmo fotografias de estrelas distantes. Esses mundos estranhos são tangíveis e não estão presentes apenas em sonhos.”

Liger-Belair se inclina para a acessibilidade da colagem e para o potencial infinito de imaginar, organizar e recontextualizar novas narrativas. Ela frequentemente trabalha em séries, permitindo que temas surjam de forma intuitiva. “Embora a história geral possa não ser totalmente óbvia em cada peça, é importante entender que, com cada trabalho, estou contando uma história para mim mesma”, diz ela. “De certa forma, desdobrar essa narrativa é tão importante para mim – e talvez mais gratificante – do que finalizar peças individuais.”

Se quiser acompanhar os trabalhos da artista, basta seguir o perfil dela no instagram. Caso queira se inspirar mais, saca só a nova onda de animações mexicanas sendo produzida.

Fonte: Colossal

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