Todos nós adoramos estar em grandes projetos que, depois de prontos, entrem em nosso portfólio. Mas o Motion Design é como tudo na vida: tem seu lado bom e ruim. Se por um lado trabalhamos em peças vistosas, que fazem nossos olhos brilharem de vontade em compartilhar com a comunidade, por outro existem os interesses dos clientes – donos intelectuais dos projetos -, que podem não dividir o mesmo entusiasmo que temos nesse sentido.

E aí mora o perigo: como compartilhar nossos projetos com a comunidade, sem que isso fira os interesses de quem nos paga? Qual é o ponto de equilíbrio entre o que podemos ou não mostrar, ou mesmo quando?

O Motion Designer e Diretor Criativo Ryan Rumbolt, da Wonderlust, parece preocupado com a questão e decidiu perguntar a comunidade qual seria a melhor postura. Ryan criou um post no mixed.parts onde levanta a questão da seguinte forma:

“Quantos de vocês passaram por isso: Você termina um projeto. Espera ansiosamente para o cliente liberar o vídeo. Assim que vê que foi lançado, você corre também. Lançamento no Vimeo. Compartilhamento no Instagram. Twitter. Facebook. Compartilha em todos os lugares. Em seguida, o cliente / agência vê que a sua estratégia de marketing para a peça está ganhando mais peso do que a sua própria. Então, educadamente, eles pedem para que remova o vídeo. E tudo que pensa consigo mesmo é, por quê? Em última análise, cada visão e compartilhamento é ótimo para todos os envolvidos no projeto. Existe um tempo específico que devemos esperar para compartilhar o trabalho depois que um cliente lançou sua campanha? Ou deve-se esperar uma ampla janela entre o seu lançamento e o do cliente?”- Ryan Rumbolt

É uma sinuca de bico. E uma sinuca desigual, onde uma parte detém o poder de decisão final. O quê fazer nesses casos? O bom do mixed.parts é a resposta da comunidade, que se prontifica em dar seus pareceres a respeito de quaisquer questões. Vejamos algumas opiniões de quem entende do assunto.

“É uma pena que isso aconteceu com você, mas esse é um ponto de conflito que é melhor ser adicionado ao contrato. Se perceber que será um problema no final, você precisa discuti-lo antes de fazer o trabalho. Pode-se cobrar mais se é uma peça que não poderá ser vinculada ao seu portfólio ou se o orçamento é baixo, você pode usar a publicidade que o cliente pode te dar, tendo o direito de mostrar o trabalho.” – Stephen Ong | Make it Move

“Isso é interessante. Em meus contratos, tenho uma cláusula para promoção de projetos, etc., mas não para o trabalhos inéditos. Terminei um projeto há quase um ano que ainda não foi lançado e é muito frustrante, especialmente quando se está começando a construir um showreel. Cobrar mais poderia ser uma solução, mas prefiro ser capaz de publicá-lo, mesmo que tivesse que remover qualquer menção ao cliente, caso ele não queira usá-lo mais; então isso é provavelmente uma cláusula que vale a pena pensar sobre. Houve também uma discussão aqui sobre contratos há algum tempo, muitos dos exemplos mencionavam o direito de promover o seu próprio trabalho. No que diz respeito às métricas, penso que é importante publicar o nosso trabalho no Vimeo (e noutras plataformas), para que as pessoas possam descobrir o nosso trabalho, mas se o cliente tiver lançado o trabalho noutro local e redirecionássemos para o vídeo oficial?” – Bruno Simoes | Studio Kimchi 

“Todos deveriam parar de se preocupar com métricas on-line”- Bran Dougherty-Johnson

“Nós só aceitamos clientes que nos permitem compartilhar o trabalho em nosso portfólio. Mas alguns desses clientes ficam chateados quando o seu portfólio ganha mais tráfego do que sua campanha. Eu entendo… Até certo ponto. Como Bran disse, gostaria que as pessoas deixassem de se preocupar tanto com métricas on-line.” – Ryan Rumbolt | Wonderlust

“Quando possível, linko para o vídeo original ao compartilhar para ajudar a aumentar o alcance do cliente, mas, como outros disseram, é importante obter direitos de uso do portfólio no contrato. Também é importante lembrar que tudo pode ser negociado. – Mach Garrison | DASH

“Nunca entenderemos isso. Fiz uma home page animada para um cliente estranho há algum tempo. No meu site eu só tinha algumas capturas de tela da homepage que foi lançada oficialmente. O cara me mandou email ameaçando processar se eu não removesse o projeto inteiro. Ele estava com raiva que meu site de alguma forma tinha SEO melhor do que a página oficial do produto. Mas esqueceu que, mesmo se eu tiver melhor SEO, ainda estava dirigindo o tráfego para o seu produto. Se fosse comigo, eu acharia uma coisa boa lol.” – Louis Wesolowsky 

E esses são apenas alguns dos comentários, pois o post já conta com 30. É válido notar que essa situação pode ser negociada, como comenta Mach Garrison, e que nós também temos direito a manter projetos sobre nosso poder. Contudo, bom-senso é sempre válido e é recomendado ser flexível na hora de negociar determinadas coisas com determinados clientes.

Se você tem alguma sugestão a esse respeito, deixe seu comentário abaixo. A ideia é justamente que nossa comunidade fale a esse respeito e dê seu parecer.

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