Leo FernandesLucy Ellis é uma artista que vive constantemente alternando entre mídias, esta animadora usa suas ferramentas para criar novas narrativas. As animações de Lucy são bem estranhas – mas é exatamente essa estranheza que as torna tão envolventes. Imagens em loop de corpos andando e pulando com cabeças aumentadas (ou talvez até mesmo uma TV no lugar de uma cabeça).
Há um humor excêntrico que percorre as animações de Lucy, e um sentimento distinto dos anos 1990 e início dos anos 2000. Coisas como forma granulada DIY e animação com falhas, bem como em referência mais direta também, com o uso de visuais de tecnologia antiga. Como telefones Nokia e janelas de computador sobrepostas. Em termos de outros artistas que inspiram o trabalho de Lucy, a lista inclui os animadores Run Wrake e Jan Svankmajer, bem como os artistas digitais Francois Gamma e Cory Arcangel.
Lucy e seu processo criativo
Então, como ela os cria? A chave parece ser sua coleta do que ela chama de “materiais de sucata”, que ela então tece para “criar novas narrativas”. Ela continua: “O uso de materiais de sucata reflete a ideia de materiais físicos tendo vida embutida neles desde as raízes de onde eles vêm, até as condições físicas que eles suportaram. Essa vida é expressa através da textura em suas superfícies.” Grande parte do trabalho de Lucy questiona contrastes, como digital versus analógico. “Isso inclui os cruzamentos entre os dois através do processo, materialidade e como os humanos se conectam com ambos”. Isso pode envolver experimentos como transferir suas animações digitais para VHS, adicionando “falhas e granulação […] onde a fita foi rebobinada e assistida novamente”. Mais recentemente, Lucy tem explorado como ela pode apresentar trabalho digital com telas físicas, como sua série de animais caminhando entre pequenas telas DIY para a tela de um Nokia, sua aparência pixelada semelhante a jogos da velha escola, como Campo Minado e Snake.
