Alice no País das Maravilhas, motion e musica indie

Salve,salve motionautas! Já imaginou a mistura de Alice no País das Maravilhas, animação 2D/3D e musica indie? Foi justamente o que fez o trio Khruangbin no clip do single May Ninth. Dessa forma, com vocais sussurrados e grooves serenos na guitarra, “May Ninth” retrata um sentimento de anseio pelo futuro, com a chegada do mês de maio, e pela possibilidade de algo melhor.

A banda

Primeiramente, Khruangbin é um universo. O trio musical assume sua posição no início de uma era nostálgica, incorporando funk psicodélico, rock, dub e soul. Tudo em um equilíbrio perfeito que evita todas as noções de mimetismo. Eles são duradouros. Profundos o suficiente para ter seus instrumentais sampleados por nomes como Knxwledge e Jay Z.

Porém o trio mantêm um anonimato parcial que é frequentemente substituído por seu domínio visual. Seus vídeos, quando vistos juntos, não oferecem uma consistência visual, mas estão inextricavelmente lidando com a emoção humana – o desejo de ser feliz, conectado e livre.

O conceito de May Ninth

O vídeo animado para a faixa, dirigido por Jenny Lucia Mascia e Jeremy Higgins, se inclina para isso por meio do motivo da descoberta e ascensão de uma criança. “Começamos primeiro fazendo pesquisas e escrevendo a história. Ela incluía coisas como plantas ancestrais, formas de vida simples e coisas na natureza que representavam interconectividade”, Jeremy nos conta. “Isso nos ajudou a projetar este mundo de ‘vida antes da vida'”, acrescenta.

May Ninth e o processo

A sensação etérea do vídeo May Ninth depende não apenas das animações desenhadas à mão em 2D, mas dos movimentos de câmera gerados em 3D.

2D e 3D resumem as abordagens visuais contrastantes que Jenny e Jeremy têm em seu trabalho.

 Jenny nasceu e foi criada nos arredores de Urbino, um município em Marche, Itália. Criada por seus pais artistas, ela podia ser encontrada ilustrando histórias desde a idade escolar.

“Mas lembro-me de criar uma ‘jornada épica’ seguindo-me, meus cães e gatos se aventurando na floresta ao redor da minha casa”, ela nos conta, “em vez de confiar apenas em palavras, sempre abordei as coisas visualmente com texto de acompanhamento. As palavras sempre me pareceram um pouco evasivas, enquanto as imagens parecem um lar.” E Jeremy cresceu no norte de Nova Jersey, um amante da animação do Studio Ghibli à Disney, mas ele simplesmente não se considerava um produtor, até começar a estudar na Escola de Artes Visuais. “Depois que comecei, não consegui parar. Rapidamente ficou claro para mim que animação, e talvez um dia filmes, era o que eu queria focar”, ele compartilha. “E quanto à direção, parecia uma direção natural a seguir se eu quisesse criar histórias tão bonitas quanto minhas inspirações de crescimento.”

A animação

Criado em aproximadamente 3000 quadros, o vídeo May Ninth é um processo intrincado entre o 2D e o 3D. Depois que as animações digitais foram compostas, a equipe imprimiu o vídeo, usando-o como uma “base”, “essencialmente como rotoscopia”. Jeremy compartilha, antes de Lucia e a equipe 2D desenharem sobre cada quadro individual com pastéis, adicionando a cor e a textura ricas que revelam a tradução dos temas e essência de Khruangbin.

Porém, muito desse processo foi possível devido ao número de animadores 3D no projeto e à diretora de animação 3D, Alice Aires, que modelou a maior parte do mundo. Assim como as cenas complexas de personagens, em grande parte feitas por Elena Galofaro. “A colaboração entre animação 2D e 3D foi crucial porque o vídeo visava complementar a arte desenhada à mão, ao mesmo tempo em que utilizava predominantemente CGI para animação”, acrescenta Lucia.

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