As inspirações do multiverso do Homem-Aranha

No último fim de semana estreou a tão esperada continuação Homem-Aranha: Através do Aranhaverso. Chegando com os dois pés na porta, o filme ousa no design e na animação, com várias referências estéticas interessantes. No primeiro filme de 2018, Homem-Aranha no Aranhaverso, Miles Morales, um adolescente super-heroi em desenvolvimento, recebe múltiplas visitas inesperadas de outras dimensões. Contudo, para a sequência do filme, é Morales quem deve seguir Gwen Stacy, uma versão da Mulher-Aranha, para novos reinos onde outras pessoas-aranha existem.

Uma celebração dos quadrinhos

Para os diretores dos filmes, Joaquim Dos Santos, Kemp Powers e Justin K. Thompson, a premissa, com Miles agora como um viajante e não um anfitrião, concedeu-lhes permissão para expandir seus horizontes estéticos. Desta vez, a tarefa não se limitava a criar personagens com design único habitando um único universo, mas a criar mundos inteiros baseados nas inúmeras sagas de quadrinhos que reinterpretaram o paladino aracnídeo de Stan Lee e Steve Ditko.

“É quase como se estivéssemos pulando de um livro para outro”, disse Thompson. “O objetivo era levar as pessoas em uma jornada e celebrar todos esses artistas incríveis.”

Dessa forma, a produção foi à fonte e contatou algumas das pessoas por trás dessas visões alternativas do Homem-Aranha. Rick Leonardi, que criou o quadrinho “Homem-Aranha 2099”, entrou a bordo para ajudar a desenvolver ferramentas de animação 3D que pudessem emular seu trabalho de traços. Além disso, Brian Stelfreeze, um experiente artista dos quadrinhos da Marvel Comics, foi fundamental na formulação da abordagem do filme para Jessica Drew/Mulher-Aranha.

Leonardo Da Vinci e Royal Deluxe

No início desta aventura multiverso, um vilão chamado Abutre entra inesperadamente no mundo colorido de Gwen. Nativo de outra realidade, o personagem monocromático que empunha uma variedade de aparelhos e parece ter sido desenhado em papel pergaminho. Ele precisava ser claramente e imediatamente percebido como estranho ao mundo que estava invadindo. Os esboços do artista renascentista e inventor Leonardo da Vinci serviram como base para seu design.

“As engenhocas do Abutre eram uma versão hiper-realizada de muitas das invenções insanas que da Vinci criou, algumas das quais eram malucas, outras extremamente visionárias”, disse Dos Santos. “Algumas delas eram francamente horríveis.”

Outra inspiração crucial durante o desenvolvimento inicial do personagem foi o trabalho da Royal de Luxe, uma companhia de teatro especializada na criação de marionetes em grande escala.

As emoções de Cinderela

Uma das estéticas mais marcantes do filme é o mundo de Gwen, que funciona como um anel de humor que reage às suas emoções. Por exemplo, se ela está com raiva, a tela fica vermelha e a atmosfera mais quente. E quando a confusão a domina, o mundo se fragmenta. Segundo Thompson, o clássico animado da Disney de 1950, “Cinderela”, serviu como referência. “Quando eu era criança, lembro de ver a cena em que o vestido da Cinderela está sendo rasgado pelas malvadas irmãs, e os cenários e o ambiente começam a reagir a esse trauma emocional pelo qual ela está passando”, disse ele. Para ele, esses momentos no microcosmo reativo de Gwen levam o filme à sua forma mais experiencial.

Tecnologia aranha baseada na realidade

A produção visitou o centro de pesquisa e desenvolvimento da NASA em La Cañada Flintridge, Califórnia, para pesquisar como a tecnologia de ponta poderia se aplicar aos personagens de seu filme. Desse modo, eles esperavam descobrir como Miguel O’Hara, um genetista brilhante que se torna o Homem-Aranha do ano de 2099, poderia criar um traje com asas de alta tecnologia, com poderosas capacidades de voo, e quais materiais seriam utilizados se ele realmente existisse em nosso mundo.

Além disso, para otimizar a aparência de Spider-Byte, uma pessoa-aranha que combate o crime em um multiverso cibernético e aparece translúcida, os cineastas exploraram técnicas atuais que estão à beira de criar hologramas tridimensionais em tempo real. “Não estamos apenas colocando-a na tela e depois deixando-a com uma opacidade ligeira”, disse Thompson. “Existem técnicas específicas nas quais nos aprofundamos para dar a ela uma sensação de presença na tela que parece ir além de alguém apenas vestindo um traje.”

Curtiu esse artigo? Então dá uma olhada em mais um artista com referências estéticas fodas nesse outro artigo aqui.

Boa semana!

Fonte: The New York Times

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