Primeiras impressões da nova temporada de Love, Death & Robots

Primeiras impressões nos fazem pensar em algo vindo de uma visão bem particular e pessoal de quem escreve, e é justamente isso que irei fazer neste artigo. Nesta quinta feira, 15 de maio estreou a quarta temporada de Love, Death & Robots, que por sinal teve mais Death do que love e Robots. Anteriormente falamos sobre o anuncio da quarta temporada, mas agora vamos ao que interessa, aquela velha analise sem spoilers destes 10 episódios que compõem a nova temporada.

Vamos a cada episodio comentado e com a devida nota.

Can’t Stop

Este primeiro episodio é uma animação do icônico show do Red Hot em 2003 no Slane Castle, na Irlanda. A animação foi feita como se todos os personagens fossem marionetes, o que me lembrou muito a serie televisiva dos anos 60 Thunderbirds. Apesar da animação impecável, achei totalmente desnecessária este episodio, me desculpem os fans de RHCP.

O episodio conta com 6 minutos e é o clipe Can’t Stop dirigido pelo David Fincher e produzido pelo Blur Studio. Nota 5 por desentoar da serie.

Close Encounters of the Mini Kind

Aqui temos uma produção da Buck com a direção e roteiro de Robert Bisi e Andy Lyon. A temática é uma invasão alienígena, mas o que me deixou decepcionado foi ver que a Buck usou a mesma formula e a mesma direção de arte do episodio que eles produziram na temporada passada. Foi quase um Deja-vu de Night of the Mini Dead. Pelo visto a direção de arte se viciou em tilt-shift, e o episodio conta com 7 minutos. Nota 4 pela falta de originalidade.

Spider Rose

Depois de me decepcionar com os dois primeiros episódios, sou surpreendido com este curta. Com uma pegada de Space opera e cyberpunk, temos uma historia de vingança, solidão ,redenção e tragédia com toques de afeto nos confins da galáxia. Este episodio conta com 17 minutos e foi dirigido por Jennifer Yuh Nelson, baseado na historia de Bruce Sterling e produzido pelo Blur Studio. Com certeza este foi um dos meus preferidos desta temporada. Nota 10 pelo plot twist maravilhoso, detalhe este curta se passa no mesmo universo do episodio Swarm, da temporada passada.

400 Boys

Como de costume, tudo o que Robert Valley coloca a mão se torna excepcionalmente bom! Com a sua estética particular vemos uma historia que a principio me fez lembrar do filme The Warriors de 1979, que no Brasil foi traduzido como Guerreiros da noite, só que em uma versão pós apocalíptica e surreal. 15 minutos de puro deleite visual dirigido pelo mestre Robert Valley e produzido pelo Passion Animation Studios. Nota 10 pela narrativa e direção de arte. Beleza e brutalidade na medida certa!

The Other Large Thing

Aqui temos uma divertida histora envolvendo adultos sem perspectiva, um gato maquiavélico e robôs submissos. Aquele humor acido na medida e uma certa critica sobre a nossa relação com os pets. Dirigido por Patrick Osborne e produzido pela AGBO. Nota 9 pela acidez do humor e pela qualidade da animação.

Gólgota

Fé, metáforas, juízo e contatos imediatos. Dessa forma, neste episodio vemos como um golfinho se tornou o estopim de um armagedom alienígena que trouxe juízo aos crimes ambientais causados pelo ser humano. Curta com duração de 10 minutos, dirigido por Tim Miller e produzido pela Luma Pictures. Além disso, para os que tem o mínimo de conhecimento em cultura religiosa, este curta é um prato cheio de analogias. Narrativa criativa que foge do clichê da invasão alienígena por causa de recursos naturais ou domínio militar. A Luma Pictures já é uma conhecida de Hollywood, especialista em CGI e VFX. Este foi o primeiro live action da serie, fugindo um pouco do que já estávamos acostumados nas temporadas anteriores. Nota 9.

The Screaming of the Tyrannosaur

Em uma estação espacial próxima a júpiter temos um cenário que lembra o coliseu e seus gladiadores. Aristocratas decadentes e cruéis se deleitam e se entretém com o sangue derramado por guerreiros modificados geneticamente montando dinossauros. Aqui além do visual o que mais gostei foi a referencia as lutas de classe, quando a rebelião é a única forma de se libertar. Este episodio possui varias camadas de interpretação e digo que é necessário um pouco mais de atenção aos detalhes, pois a narrativa é carregada de simbolismos. Nota 10

How Zeke Got Religion

Segunda guerra mundial, animação tradicional, ocultismo, violência extrema e ritmo frenético, não tinha como este episodio dar errado. Além disso, Produzido pelo estúdio veterano Titmouse, temos um pelotão pilotando uma fortaleza voadora com a missão de bombardear uma igreja. Sendo assim, foi legal ver que a Titmouse fez questão de deixar estampada a sua personalidade com aquela estética bem característica das suas produções (Midnight Gospel, The Boys (animação), Rick and Morty, Black Dynamite e varias outras coisas feitas para o Adult Swim. 15 minutos de deleite visual dirigido por Diego Porral, nota 10

Smart Appliances, Stupid Owners

ELETRODOMÉSTICOS INTELIGENTES, DONOS IDIOTAS, este fiz questão de traduzir, pois é o retrato nu e cru da nossa sociedade, onde cada vez mais os objetos estão mais inteligentes do que os usuários.

Os diálogos são sensacionais e o mais perturbador é saber que este episodio está mais próximo da realidade do que queremos que esteja. Produzido pelo Aaron Sims Creative temos 8 minutos de puro sarcasmo sem sutilezas, nota 9

For He Can Creep

Na Londres vitoriana temos satan tentando convencer um poeta confinado em um hospício a escrever um poema para ele, só que tem um herói que vai impedir os planos malignos de satan, um gato. Gostei da narrativa e da estética cel shading e mais uma vez temos um protagonista felino nesta temporada que acredita ser o senhor do seu tutor. Com ares gótico este episodio de 14 minutos fechou com chave de ouro a temporada. Não tivemos nenhum Jibaro para nos deixar perplexos, mas o conjunto das narrativas acabaram me agradando. Nota 10 para o episodio produzido pela Polygon Pictures do Japão e dirigido por Emily Dean.

Considerações finais

No quesito técnicas de animação todos os episódios estiverem dentro dos padrões de excelência, apesar de ter reclamado de dois episódios específicos, vale a pena dar aquela maratonada, já que ao todo não temos duas horas de tela. No geral deixo uma nota 8,6 e só lembrando que estas são as minhas opiniões pessoais e não juízo de valor.

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