Quando começamos um projeto, seja ele autoral ou comercial, geralmente entramos no modo executor técnico, abrimos o software, organizamos os assets e vamos criando os movimentos, porém existe algo que vai além dos keyframes, o storytellig.
Somos contadores de histórias
Antes da invenção da escrita, todo o conhecimento era passado de forma oral, as histórias estavam presente em meio aos grupos tribais, servindo de aviso, entretenimento e principalmente conservação da ancestralidade. Contar histórias está em nosso DNA, por isso elas nos marcam de forma tão profunda e se encontra tão presente na sociedade (filmes, séries, quadrinhos, games e etc).
A publicidade sempre soube usar o poder das histórias para seduzir o publico e alcançar os seus objetivos. Saber contar uma boa história já é 60% do caminho do sucesso em um projeto, e esta contação de histórias é que comumente chamamos de storytelling.
O que é afinal o storytelling?
Em 1993, nos Estados Unidos, Joe Lambert começou a estudar o storytelling como ferramenta de comunicação digital. Neste mesmo ano ele lançou um projeto intitulado “American Film Institute”, onde os candidatos do experimento eram estimuladas a contar histórias diversas de vida através de uma linguagem voltada para o imediatismo dos meios digitais, foi então fundado Storycenter, onde as metodologias para se contar uma boa história começaram a ser estudadas e em 1994 o termo Storytellig emplacou.
O design como storytelling
Aproveitei para usar como título do tópico o nome do livro da Ellen Lupton, que obviamente trata deste assunto. Nesta publicação ela vai conectando os fundamentos do design com as diversas técnicas narrativas, mexendo com a emoção e gerando ações através das formas, cores e os demais pontos que fazem parte da sintaxe da linguagem visual. Como motions devemos incorporar este conceito de contar histórias e aplicá-los até mesmo na forma como configuramos as nossas curvas de animação, fazendo com que o movimento por si só já passe uma mensagem.
O que percebo muitas vezes é que em muitos trabalhos autorais, o motion se preocupa mais com as questões estéticas e técnicas do que com a história, como se ela fosse um elemento menor ou secundário. Alguns inclusive tentam fazer algo “psicodélico” como uma justificativa para não se trabalhar em um enredo ou conceito, mas lamento informar que até no psicodelismo o conceito/história é rei.
Este é um assunto que todo motion design deveria se aprofundar e aplicar nos seus trabalhos, pois uma boa história sempre agrada, sempre vende e sempre cativa.
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