Sultana’s Dream – uma animação feita de aquarela, papel e mehndi

O longa animado “Sultana’s Dream” dirigido por Isabel Herguera terá sua estreia no no 71º Festival de San Sebastian na Espanha, se tornando assim a primeira animação dirigida por uma mulher a ser selecionada.

Explorando diversas técnicas artísticas

Os produtores de “Guerras de Unicórnios”, Abano Producións e UniKo, se juntaram a El Gatoverde Producciones, Sultana Films e Fabian & Fred para criar essa obra divida em três partes.

O filme aborda vida moderna de uma artista espanhola na Índia, explora as lutas da pensadora feminista Rokeya Hossain e a história que ela publicou notavelmente em 1905 sobre Ladyland, onde as mulheres detêm o poder dominante.

A obra é visualmente muito distinta, incorporando diversas técnicas artísticas, assim como aquarela, papel cut out e até a técnica de tatuagem mehndi.

Primeiramente, mostra a protagonista Ines, em um estilo de tinta e aquarela. Depois vemos uma sombra de bonecos que simbolizam a vida de Rokeya dentro da narrativa. Por fim, utiliza a técnica tradicional de  mehndi para representar  Ladyland.

Herguera se juntou com Angel Peris, responsável pela pintura dos cenários do filme. O artista Upamanyu Bhattacharyya ficou encarregado de criar os animatics. As sequências de aquarela foram produzidos pelo Glow Animation Studio. Já, Manero Muro ficou com toda a animação de marionetes pras cenas de cutout e o Blackbird Studio animou as sequências com a técnica de mehndi.

Início de sua jornada

A produção teve início em 2012 com um sistema de crowdfunding (financiamento coletivo). A cineasta ganhou suporte o suficiente pra realizar uma série de workshops focados no livro “Sultana’s Dream” de Tokeya Hossain na Índia. 

Isso resultou em uma bolsa de roteiro concedida pelo governo basco, possibilitando assim  a criação de um roteiro inicial para o longa-metragem.

Inspirado na narrativa utópica de Rokeya Hossain, o filme mescla as experiências pessoais da cineasta com a história. Motivada pela personagem principal do filme, a cineasta embarcou em uma jornada pela Índia, rastreando os legados de Rokeya Hossain e da mítica Ladyland. 

Esse projeto que se estendeu por mais de uma década – indo além de apenas uma empreitada criativa – moldou a consciência feminista da cineasta. Sua esperança é que o filme “transmita a urgência de tornar o espaço que compartilhamos um lugar igual e seguro para as mulheres”.

Fonte: Variety

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