The Dark Matter e o Breakdown de sua abertura

The Dark Matter é uma serie da Apple TV baseado em um dos romances de ficção científica mais aclamados da década. A série segue Jason Dessen (Joel Edgerton), físico, professor e pai de família. Dessa forma, uma noite, voltando para casa pelas ruas de Chicago, Jason é sequestrado e transportado para uma versão alternativa da sua própria vida. Sendo assim, neste artigo vamos ver o breakdown e o conceito utilizado para o desenvolvimento da abertura.

A abertura de The Dark Matter

A abertura da serie chama atenção principalmente por dialogar de forma magistral com a trama. No inicio do projeto foram apresentadas quatro ideias diferentes ao showrunner, tivemos de tudo, desde um live action até um título abstrato alucinante com mãos interconectadas. Até desenvolvemos um visual pictórico inspirado no multiverso selvagem da série. Mas o que realmente chamou a atenção da produção foi a ideia envolvente da caixa de quebra-cabeça. Desse modo, ele viu o simbolismo por trás da “caixa” na história e pensou que isso iria atingir o público.

Esta é uma caixa de quebra-cabeças infinita, sempre mudando com novas barreiras, obstáculos e caminhos ocultos. Apresentamos os personagens principais Jason e Daniella, movendo-se como navios durante a noite, tentando se conectar, mas sem conseguir. Tudo isso visto através de uma única câmera, explorando pontos de vista inesperados e uma sensação estranha de não saber exatamente onde você está no espaço.

Problemas com a trilha

Board-o-matic

A ideia inicial de trilha para a abertura seria com “Blue Jeans” de Lana Del Rey. A ideia era criar uma sequência que parecesse entrecortada, artística e mais impressionista. A produção acreditava que o estilo de edição traria emoção, especialmente nas cenas da caixa de quebra-cabeças. Eles inicialmente montaram um board-o-matic com frames estáticos e funcionou. Mas quando eles adicionaram a previsão das peças mutáveis ​​do quebra-cabeça, ela não funcionou bem. A música, sendo sonhadora e emocional, carecia da batida forte necessária para sincronizar com as animações. Porem surgiu a questão: repensamos todas as animações da caixa de quebra-cabeça, ou sugerimos ao estúdio que seja feita uma faixa para a abertura?

Com isso em mente, eles recrutaram um compositor para criar uma nova partitura. A primeira tentativa foi bem legal; no entanto, era exatamente o oposto em tom, BPM e atitude de onde estávamos. Era musicalmente interessante, mas não combinava com a vibração agitada ou impressionista buscada.

A edição de The Dark Matter

Enquanto eles resolviam o áudio, outra preocupação surgiu: como manter o público interessado no concreto cinza por 70 segundos completos? Então, como você chama a atenção das pessoas antes que ela diminua? Que tal mudar a paleta de cores para laranja brilhante? Do ponto de vista narrativo, a introdução da cor indica um sentimento de esperança e transformação: muito na linha de “A Jornada do Herói” de Joseph Campbell.

Mais problemas com a edição e trilha

À medida que a equipe se aprofundava na animação, a equipe do show mais uma vez não gostou da nova faixa. O compositor Jason Hill desenvolveu uma faixa completamente diferente, mas, mais uma vez, tinha estilo, BPM e clima diferentes. A musica não encaixava na dinâmica da edição.

A solução encontrada pela editora, Lexi Gunvaldson, foi simplificar tudo. Ela sugeriu abandonar todos os cortes e transformá-los em um grande movimento de câmera. E ela estava certa. Há algo nessa faixa que realmente não motivou nenhuma edição no visual. Se você ouvir bem, não haverá batidas percussivas fortes o suficiente para parecer um indicador real de onde um corte deveria estar.

A parte ruim foi dizer aos animadores que tudo o que foi feito foi descartado por um único movimento de câmera. Felizmente, o líder de animação, Charlie Proctor, estava à altura do desafio e só estava interessado em tornar isso o melhor possível, independentemente dos desafios futuros.

Técnicas aplicadas

Em primeiro lugar, houve composição mínima envolvida neste projeto. Grande parte do trabalho foi feita em 3D em duas cenas no Cinema4D. As cenas foram divididas para que dois artistas pudessem trabalhar simultaneamente em cada metade. Em segundo lugar, desenvolvemos uma impressionante textura de concreto que erode processualmente as bordas e cantos de qualquer cubo primitivo ao qual é aplicada.

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