Qual foi à última vez que você ficou entediado? Atualmente tem sido muito mais difícil sentir tédio do que costumava ser. Uma curta espera até o elevador chegar ao seu andar, hoje em dia, é preenchida por uma rápida checagem nas redes sociais através do smartphone. Este artigo é uma pequena reflexão minha sobre a importância do ócio para nossa criatividade.
A questão é que ideias novas e criativas necessitam de espaço para surgirem na nossa cabeça. É muito difícil ser criativo numa rotina extenuante de trabalho, sem espaço para respirar e com a mente sempre ocupada e preocupada em produzir.
Sentar-se no sofá e ficar lá por algum tempo, sem fazer nada, olhando para o teto, é o esteriótipo do ócio. Mas é algo que nunca fazemos. Na maioria das vezes, sentados no sofá, temos um celular em mãos ou estamos assistindo a algo na televisão.
Ainda existem raros momentos em nosso dia à dia que insistem em nos expor ao ócio e, não obstante, são os momentos em que muitas das nossas boas ideias surgem. Lavar a louça e tomar banho são ótimos exemplos. É quando estamos concentrados numa tarefa mecânica e nossa mente tem espaço para viajar. Quantas boas ideias e soluções de problemas que você já encontrou enquanto estava debaixo do chuveiro?
Por outro lado, existem formas de ócio que não estimulam tanto sua criatividade. Maratonar séries não costuma ser um grande estimulante da criatividade. Isso acontece porque o audiovisual, geralmente, nos entrega imagens prontas, onde não precisamos preencher lacunas com a nossa mente.
Por outro lado, uma boa leitura faz o contrário. Por mais que um livro nos traga detalhes das cenas que descreve, nós temos que usar a mente para construir os cenários e personagens da história. Portanto, ler vai te ajudar a ter ideias e ser mais criativo.
É importante reservar algum tempo para ficar à toa no nosso dia. Passear com o cachorro, passar algum tempo olhando pra janela ou meditar: essas são todas boas ideias. O ócio criativo está em extinção mas é essencial para todo mundo que trabalha com criatividade.
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A imagem de capa deste artigo é da ilustradora Luiza Kwiatkowska.