A primeira vez que abri o After Effects foi em 2018, cobrindo as férias da pessoa responsável pelos vídeos, fazendo um vídeo similar de outra cor. Um bom primeiro passo para um futuro muito louco.
Em relativamente pouco tempo, me desenvolvi o suficiente para ser a responsável pelos vídeos de motion design, inclusive ensinando os métodos e processos que defini, que ajudam a manter tudo sob controle e com a mesma identidade visual.
Três anos depois de abrir o software pela primeira vez, fechei um freela e entrei em uma equipe para produzir uma série de vídeos de um curso financeiro a ser veiculado via Whatsapp em espanhol. Apesar de estar acostumada a trabalhar em equipe, que inclusive foi maravilhosa, houve outros desafios que não estava esperando.
O primeiro desafio: o contato inicial. Eles precisavam de alguém em SP, mas sou carioquíssima. Enviei meu reel totalmente motion corporativo e ficaram extasiados, pois era exatamente o que precisavam. Eu literalmente disse: ‘Se deu match, não custa tentar, né? Joga pro drive e bora trabalhar então!’ E não é que realmente fizeram isso? Gente, às vezes um pouco de cara de pau dá resultado mesmo.
Como sempre trabalhei no regime CLT, fazer um freela oficialmente me deu uma sensação estranha, de um compromisso por ética e não por obrigação. Eu sou uma pessoa que gosta de fazer as coisas com qualidade e esse fato independe do local para onde forneço minha força de trabalho, mas é diferente fazer isso pela qualidade do trabalho em si e não pela ‘obrigação’ CLT.
Outro desafio que achei muito interessante foi o fato de ter feito um freela em espanhol. Houve dias em que fiz vídeos em inglês, ajustei vídeos em português e produzi os motions para os vídeos com roteiros em espanhol e no final do dia pensava: ‘Nossa, estou muito trilíngue hoje’. Só que minha fluência é toda do meu amiguinho Tradutor.
Tive medo de pegar esse freela? Tive. Fui com medo mesmo? Fui. Deu tudo certo? Deu tudo certíssimo. Passado o primeiro, já tô ansiosa pra ver o que vai aparecer no segundo freela. O não a gente já tem, não é mesmo?
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Ilustração de capa por eu mesma.