Leo Fernandes“Nenhum homem é uma ilha isolada; cada homem é uma partícula do continente…”
O celebre poeta inglês John Donne (1572-1631) nos presentou séculos atrás com este pensamento que continua extremamente atual e relevante.
A ideia central desta frase nos leva a refletir sobre a importância do indivíduo dentro de um contexto maior, uma peça que faz parte do todo.
A tecnologia e as relações humanas
Nas últimas duas décadas vimos a ascensão extraordinária da tecnologia e meios de comunicação, finalmente o vislumbre profético que o filósofo canadense e teórico da comunicação Marshall McLuhan teve sobre a internet 30 anos antes da sua criação se materializar, assim como o termo aldeia global criado por ele.
A tecnologia rompeu barreiras e trouxe inúmeros benefícios, o conhecimento foi compartilhado e a possibilidade de explorar outros mercados se tornaram reais, mas apesar de todos estes pontos positivos, a tecnologia sozinha não cumpre o papel fundamental de qualquer relação, que é a humanização.
O homem é um ser social que encontrou nos meios digitais uma forma de ampliar suas conexões, comunidades são criadas onde os interesses em comum são compartilhados, uma nova cultura surge, a sharing, fazendo oposição ao modelo antigo onde o conhecimento era algo exclusivo de poucos e quase nunca compartilhado. Este fluxo de compartilhamento e troca foram fundamentais para o desenvolvimento de muitos profissionais, principalmente os da área criativa, pois começamos a ter acesso a conceitos, técnicas e metodologias que só estavam acessíveis para poucos privilegiados que podiam gozar do luxo de obter estes tesouros fora do país.
Juntos somos fortes
Quando começamos a entender que dividir é multiplicar, o senso de comunidade se torna mais real, o ato de compartilhar fortalece o todo, o mais experiente ajuda o novato a não cometer os mesmos erros que um dia ele mesmo cometeu, aquele que foi explorado por alguma empresa ou cliente, deixa o aviso para os demais e assim vamos construindo um ambiente acolhedor e de crescimento. Um grão de areia solto só serve para ser soprado ao vento, mas vários grãos juntos formam uma praia.
Nem tudo são flores
Existem comunidades e comunidades, todos sabemos que a internet se tornou um ambiente muitas vezes tóxico e repleta de haters, e as comunidades profissionais não fogem desta realidade. Comunidades sem moderação são os locais perfeitos para a proliferação daqueles que nada produzem e só criticam, gente que não entendeu o real significado da palavra comunidade, então é fundamental saber onde você vai investir seu tempo. Vejam como os debates acontecem e como os moderadores se portam, se o conhecimento é partilhado de verdade ou se a comunidade é só um palco para as vaidades alheias e sempre prestem atenção em como os novatos são tratados, pois grupos que acham que existem perguntas “bestas” não são dignos de confiança.
A comunidade é você
Quem faz a comunidade acontecer é você, trate o outro da mesma forma como você gostaria de ser tratado, seja compreensivo e sempre disposto a estender a mão, seja pro ativo em compartilhar conhecimento, grave vídeos, áudio, compartilhe materiais de terceiros e faça o conhecimento girar. Aprenda a ouvir mais e não se deixe envaidecer pelo que você fez em prol da comunidade, desta forma nos tornamos pessoas melhores que constroem comunidades melhores. E aí, você já faz parte de alguma comunidade? Compartilhe conosco a sua experiência!
Fonte da imagem – Vetor adaptado do Freepik pelo autor