Dar vida e movimentos a formas inanimadas sempre foi algo que fascinou o ser humano, desde as sombras projetadas nas paredes das cavernas, até a criação de aparelhos óticos como o Zootropo e praxynoscópio que traziam a ilusão dos movimentos que encantavam adultos e crianças do século 19. Muito tempo já passou, a tecnologia avançou bastante, mas o encantamento que a animação traz permanece o mesmo.
Fisgados pela animação
Todo aspirante a animador/motion foi fisgado em alguma época de sua vida pela animação, seja pelos programas infantis matinais, ou pelas produções da Disney. Com o passar do tempo o que era simples entretenimento começou a ser visto como profissão por muitos. A internet ajudou a democratizar este sonho graças ao acesso à informação que antes era tão rara e acessível para poucos privilegiados.
Agora o caminho se abriu, a informação tá na mão, cursos, tutoriais, livros e materiais diversos estão ao nosso redor, além de inúmeras influências para alimentar nosso repertório visual, mas nem tudo são flores! Animação é um processo que envolve inúmeros fatores, e consequentemente a curva de aprendizado pode ser um tanto pesada e até mesmo frustrante. Boa parte deste sentimento vem por conta da tendência de mecanizar os processos.
Animar é um processo de simulação de toda a física que nos rodeia, objetos aceleram e desaceleram todo o tempo, a vida é pausa e movimento. Quando começamos a estudar ficamos muito focados em como usar os softwares, aprender as técnicas e esquecemos o elemento principal, observar e entender os movimentos, pode parecer óbvio, mas muitos esquecem deste “pequeno” detalhe.
Pare e respire calmamente
Vivemos em uma sociedade que nos sufoca constantemente ao exigir um “alto desempenho” ilusório, como se estivéssemos em uma corrida eterna contra o relógio, mas pare tudo e se acalme, não leve esta neura para o seu processo de aprendizado, o conhecimento é construído com um passo de cada vez, sem pressa, atalhos ou comparações. O que pode tá impedindo o seu processo evolutivo muitas vezes é a falta desta percepção de parar tudo, sair da frente do computador e observar a vida lá fora, deguste os movimentos.
Da mesma forma que os ilustradores observam as pessoas no seu cotidiano para estudar o gestual, o animador deve fazer a mesma coisa, observar movimentos mecânicos e orgânicos, entender suas relações e tempo específico, tudo sem pressa e com bastante entendimento. Cada detalhe captado vai fazer total diferença na hora que você for simular estes movimentos no digital, e assim a cada observação, a cada respiração seu processo vai sendo aprimorado sem a neura das cobranças descabidas.
Então já sabe, se encontrou perdido no seu processo de animação/aprendizado? Então pare, respire e observe.
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