Se você até esta altura do campeonato ainda não ouviu nada a respeito do assunto inteligência artificial, carinhosamente chamada de IA, e suas tretas derivadas, provavelmente você foi abduzido ou estava preso em uma caverna (ou presídio rs).
Brincadeiras a parte, eu gostaria de começar a abordar o assunto falando sobre uma leitura superinteressante que fiz recentemente, o premiado quadrinho Nem todo Robô, lançado no Brasil pela editora Comix Zone. A história se passa em um futuro onde a inteligência artificial se tornou presente em todos os setores da sociedade e com isso os robôs passaram a fazer todas as tarefas e trabalhos dos humanos. A humanidade passa a viver no ócio e as máquinas tornam-se a nova força produtiva que garante o sustento das famílias, e obviamente este novo modo de vida não ia acabar bem. A ficção muitas vezes parece um eco profético de um tempo que muitas vezes parece distante e irreal, mas podem se materializar, e das piores formas possíveis.
Quem tem medo da IA?
Este ano artistas que participaram de um concurso de arte da feira estadual do Colorado, EUA, ficaram revoltados com o ganhador do primeiro lugar. O vencedor usou o Midjorney, software de criação de imagens via IA, apesar dele ter tido algum trabalho de pós-produção, a parte pesada foi feita por uma máquina. Atualmente os bancos de imagem por assinatura, tipo o Shutterstock estão banindo as artes feitas por IA, pelo simples fato delas pegarem várias referências na web e não creditar os autores das imagens.
Alguns setores da indústria criativa já estão fazendo uso desta nova tecnologia, ou para fazer storyboard ou cenários para games, temos muitas possibilidades em tão pouco tempo de disponibilização destas ferramentas, o que não deixa de ser uma preocupação para os profissionais da área. Ao longo da história vimos milhares de mudanças no mundo do trabalho, profissões que um dia foram promissoras sumindo por conta do novo, a obsolescência faz parte da dinâmica da vida, nada é eterno, mas será que a máquina vai substituir o ato de criar? Ou ela só esta replicando o que já fazemos ao buscar referências para um job qualquer? No caso das ferramentas voltadas para as artes, a mão do homem ainda faz boa parte do processo e o que se perde é o fazer artístico, aquele fazer que veio com os anos de estudos e dedicação contínua, e do nada vem o “sobrinho” digita umas palavras chaves e de repente surge aquela ilustração digna de um prêmio, meio injusto né?
Futuro sombrio ou novas possibilidades?
Tudo que é novidade traz consigo inúmeras especulações, teorias da conspiração e incerteza, a combinação perfeita para alimentar nossas inseguranças e medos, o que esquecemos é que o novo e o medo também podem ser usados como escadas para alcançarmos patamares mais altos em nossas vidas. Apesar desta tecnologia ser meio que assustadora e com cara de ficção distópica, ainda é muito cedo para dimensionar suas possibilidades e usos práticos, o importante mesmo é se manter antenado e disposto a abraçar o novo, sem reclamar ou lamentar. Na vida quem não evolui, vira fóssil, então independente das circunstancias, sempre se abra para a tendência, pois se ela vingar você já vai tá mais preparado do que a maioria, se flopar ganhou alguma experiência de vida e não perdeu tempo reclamando.
Moral da história
As vezes perdemos muito tempo viajando em especulações vãs e com chorumes sem fim em vez de procurar analisar os fatos de vários pontos de vista e com isso traçar planos de A a Z para que a vida não te pegue desprevenido. A tecnologia pode sim ser a vilã, principalmente quando nos fechamos para ela.
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