A semana começa melhor com inspiração, então vamos dar uma espiada rápida no trabalho de três artistas bem inovadores. De conceitos absurdos até escolhas duvidosas do que fazer com o seu dinheiro, qualquer coisa pode servir de ponto de partida para fazer trabalhos autênticos e divertidos.
A animação do absurdo através de detalhes pequenos
O ilustrador Julian Frost pode comparar suas animações a piadas curtas. Mínimas em composição, suas obras transmitem uma ideia simples por meio de absurdos sucintos. Desse modo, um personagem desenhado em linha anda bem determinado apenas para vagar por um cubo minúsculo ou bater em uma coluna que obstrui seu caminho. Enquanto isso, outra figura dança em um loop interminável de adagas voadoras, partes do corpo desconectadas já alinhando o chão.
Ao criar, Frost se esforça para reduzir suas animações apenas ao necessário, comparando-as a piadas “tão bem construídas que você não poderia remover uma palavra”. Sendo assim, o objetivo é criar o que ele chama de “poesia zen idiota”, transmitida por meio de movimentos repetitivos, linhas limpas e doses saudáveis de espaço negativo.
O consumo em Stop-motion
Ao se deparar com uma bolsa de moedas, um consumidor se encontra em posse de um pouco de troco extra na animação em stop-motion “Five Cents”. Aaron Hughes criou o filme usando milhares de páginas de análise de mercado do The New York Times, The Wall Street Journal e The Financial Times, sobre as quais ele aplicou camadas de tinta, White-Out (um tipo de corretivo líquido), folha de ouro e guache. Uma crítica simbólica e inteligente da sociedade capitalista e de como mecanismos econômicos como a inflação impactam o custo de vida cotidiano, o personagem solitário de Hughes compra itens essenciais como óculos e um guarda-chuva antes de ser enganado em compras desnecessárias.
“Five Cents” ganhou o Prêmio de Público de Curta-Metragem Animado no South by Southwest e mostra como o cotidiano pode servir de inspiração.
Usando cotidiano como inspiração para o surreal
Através de ilustrações em caneta e tinta, Virginia Mori continua suas interpretações elegantes e surreais do cotidiano. A ilustradora e animadora italiana gravita em direção ao cotidiano e transforma momentos de relativa simplicidade em cenas estranhas e de outro mundo. Retirar um livro da prateleira revela uma figura espreitando por trás dos volumes. Enquanto isso, uma enorme cabeça separada cai em direção à terra, onde uma equipe aguarda com uma almofada para um pouso seguro. Muitas vezes, suas obras apresentam paletas mínimas de cores pastel, fundindo sentimentos relacionáveis de ansiedade, hesitação e medo com invenções oníricas.
Curtiu essa inspiração? Então olha só essas animações nomeadas para Student Academy Awards.
Boa semana!
Fonte: Colossal.