Para muitos o RealFlow é considerado o melhor quando a treta é simulação de fluídos. Mas com a recente integração de ferramentas como Bifrost no Maya, é normal questionar se vale a pena permanecer dentro dele para tudo que diz respeito à dinâmica de fluídos em larga escala. Afinal, ambos – Bifrost no Maya e Hybrido no RealFlow – são solvers incrivelmente poderosos. Assim, qual escolher?
Fácil de usar
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Preste atenção às imagens acima. Ali temos uma cena similar em ambos simuladores. Repare que dois dos cubos estão escondidos no RealFlow Hybrido, permitindo que se veja as partículas mais facilmente. A razão por apontar isso é que a primeira coisa que se deve notar ao comparar o Hybrido com Bifrost são seus softwares raiz.
Enquanto a extensibilidade do Maya é grande e permite que se faça qualquer coisa, no RealFlow o fluxo de trabalho voltado para simulações é nativo, tornando-o mais amigável. Por exemplo, o fato de nativamente o RealFlow mostrar wireframe para objetos específicos, enquanto o Maya exige scripts de terceiros para a mesma funcionalidade, é o tipo de desfalque para se manter em mente.
Ambos Hybrido e Bifrost utilizam um conceito semelhante de emissores de partículas a partir de uma poly mesh. No entanto, a Next Limit tornou o processo de se criar partículas no Hybrido tão simples quanto clicar em um único botão para gerar cinco nodes necessários de cara. Não que a criação de líquidos seja particularmente difícil no Bifrost, mas é bom minimizar o número de cliques sempre que possível.
Uma boa forma de se checar a simplicidade de um simulador é observar como se faz interações entre partículas. No Bifrost, coisas como gravidade são built-in, e você não precisa de nada extra para aplicado-las às suas partículas; entretanto, vai precisar adicionar nodes extras para algo como um collider ou killplane (semelhante ao kill daemons no RealFlow).
Por outro lado, com o Relationship Editor do RealFlow, você conecta nodes e o software saca automaticamente o que é necessário. Se é um objeto conectado a seu Hybrido, domain significa que as partículas e malha colidirão. Se é um daemon conectado ao seu Hybrido domain, significa que as partículas serão afetadas pela força do daemon. Esse workflow é bom por ser consistente, já que quando se acostuma, torna-se algo a menos para lembrar.
É importante ressaltar que nesse exemplo específico, é preciso adicionar um Gravity daemon no RealFlow e conectá-lo manualmente ao seu Hybrido domain. Só então as partículas são afetadas por ela. No Bifrost, tudo isso é configurado no Bifrost node automaticamente.
É bom ter configurações automáticas e tal, mas isso pode criar um workflow desajeitado quando se precisa controlar quais partículas específicas são afetadas por diferentes campos de gravidade. Não é algo para se preocupar em cada projeto, mas vale ressaltar.
A facilidade de utilização geral é, na minha opinião, um dos grandes inconvenientes quando se compara o Bifrost com o Hybrido. Enquanto o Bifrost é fácil de usar, o seu fluxo de trabalho é diferente do nParticles ou Maya Fluids. Ou seja, apesar de integrado, sente-se que ele é algo separado – o que, naturalmente, é.
Já o RealFlow foi contruído a partir do zero para trabalhar lado a lado com outros recursos. O resultado disso é um fluxo de trabalho mais consistente. Conectar colliders no Hybrido é o mesmo que conectá-los a partículas SPH, ou conecta-los à RBD, e assim por diante.
Simulando
Grande parte do trabalho em qualquer simulação dinâmica é a simulação propriamente dita. Ficamos muito tempo tentando encontrar os parâmetros corretos para o resultado final. Felizmente, isso é simples de se fazer em ambos softwares.
Quando apertamos play na timeline do Maya que contenha líquido Bifrost, o Maya automaticamente começa a calcular a simulação. No RealFlow, simplesmente apertando “a” no teclado ou o botão Simulate iniciará o cálculo.
Há uma diferença fundamental na forma como estes dois programas simulam. Sempre que simular algo no RealFlow, ele exportará automaticamente sua cena para o disco de projeto. Isto significa que quando abrir o projeto novamente, você será capaz de seguir adiante sem ter de ressimular. O Bifrost não armazena em cache a simulação ao projeto por padrão. Em vez disso, ele armazena em um local improvisado, o que significa que se você fechar o projeto terá de ressimular. A menos que você vá em Bifrost > Compute snd cache to disc. Assim, o Bifrost saberá que deseja que o cache seja armazenado no projeto.
Outra grande vantagem do Hybrido é a sua capacidade para simular usando GPU, enquanto Bifrost usa CPU. Mais uma vez, não é algo que todo mundo precisa, mas vale a pena apontar para que se saiba.
Partículas secundárias
Até a versão do Maya 2016, Bifrost não possuía partículas secundárias, mas agora há uma: Foam. Tudo que você precisa fazer é selecionar o node Bifrost e ir para Bifrost > Add > Foam. Veja o vídeo da Autodesk acima para saber mais sobre foam no Bifrost já no Maya 2016. Se estiver usando RealFlow, perceberá que o Hybrido pode adicionar partículas secundárias, como foam, splash e bubbles. Contudo, as partículas foam do Bifrost são mais do que mera espuma: se suas partículas estiverem abaixo da superfície, vão agir como bolhas. Infelizmente, todos atributos das partículas foam do Bifrost parecem ter sido jogados em alguns nodes, tornando difícil a manipulação.
Considações finais
Uma vantagem do Bifrost sobre o RealFlow é o custo. Como o RealFlow não se destina a ser um aplicativo 3D tudo-em-um, as chances são boas de você ter o Maya em seu pipeline. Portanto, a questão de usar um ou outro resume-se ao custo/benefício para a licença do RealFlow.
Se estiver fazendo algumas simulações de fluidos leves e tiver o Maya por seus muitos outros usos, Hybrido por si só não é o suficiente para justificar o custo de uma licença do RealFlow. Bifrost tem uma série de ferramentas que podem lhe dar alguns bons resultados.
Dito isto, se trabalha sério com simulações então o custo do RealFlow torna-se insignificante, e recomendo usar Hybrido ao Bifrost.
Como dito, Maya 2016 é a versão mais atual, e a integração do Bifrost ainda está longe de ser completa. Bifrost foi integrado pela primeira vez ao Maya 2015 e já no Maya 2016 houve algumas alterações significativas. Esperemos para ver o que será melhorado na versão 2017.
Fonte: Blog Digital-Tutors
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