Leo FernandesO primeiro filme de animação do artista plástico James Lake, Another Day, traz a beleza tátil de suas esculturas de papelão para uma nova mídia. Grande parte do seu trabalho usa papelão como material escultural devido à sua imediatez, facilidade de disponibilidade, custo razoável e baixo impacto ambiental. A intenção é produzir esculturas que ecoem os detalhes e a profundidade encontrados nos materiais de escultura tradicionais em um momento de grande agitação econômica e ambiental global. O seu trabalho é uma busca por uma verdade comum e para encontrar um senso de humanidade silenciosa nos pequenos detalhes que às vezes são abafados pelo barulho e brilho da cultura contemporânea.
Adversidades, deficiência e talento
Para marcar o Mês da História da Deficiência de 2024 e o Dia Internacional das Pessoas com Deficiência ( 3 de dezembro), o artista James Lake, conhecido por seus personagens, esculturas e cenas de papelão em tamanho real, lançou um curta-metragem de animação
Another Day . O filme comovente explora temas de solidão, rotina e a natureza de como valorizamos a criatividade.
James e o seu processo criativo
O processo e os resultados sempre estiveram interligados com as questões práticas de esculpir com uma deficiência física. James perdeu sua perna direita para o câncer quando era adolescente, então passou um tempo procurando um material acessível e prontamente disponível que pudesse usar do seu quarto enquanto ele se reabilitava. “Eu crio meu trabalho em pedaços e então os posiciono estrategicamente juntos como um grande quebra-cabeça para fazer o design final. Isso ecoa as habilidades de resolução de problemas que os disléxicos, dos quais eu sou um, desenvolvem para escrever as coisas de forma coerente.”
Outro dia
O título Another Day (outro dia) sugere a ideia de adversidade ou a rotina diária de ‘mais um dia’ para passar”, diz James, “e o personagem ouve as mesmas velhas vozes reclamando no rádio sobre coisas que deveríamos estar chateados ou ansiosos.” No entanto, como o filme propõe, talvez o ato de fazer seja o caminho a seguir através do mundo cinza e pessimista retratado no filme. “
Another Day muda seu significado através do ato de criar arte em direção a um dia mais proposital e positivo”, explica James.
O material em prol da narrativa
Para James, o material é refletido no personagem central e na necessidade de reconhecer o indivíduo, mas também suas esperanças e aspirações. “O papelão tem uma força e fragilidade que são representativas da condição humana e do nosso clima em deterioração”, ele diz. “O filme é sobre como precisamos começar a valorizar pessoas de todas as esferas da vida.” Além disso, Another Day contém uma mensagem importante – a importância de buscar a criatividade. “O filme também é para aquelas pessoas que poderiam ser grandes artistas, mas sentem que esta é uma escolha de carreira para um grupo seleto”, diz James. “Você não precisa trabalhar com os materiais mais caros em um estúdio de paredes brancas para fazer uma ótima arte.”
Mas James acredita que Another Day oferece mais do que uma única lição, especialmente no contexto do Mês da História da Deficiência. “O filme é, em um nível, uma história sobre superar adversidades, mas também é uma história universal com a qual muitas pessoas se identificarão”, James conclui. “É fundamentalmente uma história sobre encontrar e criar escolhas e agência para si mesmo, mesmo nos momentos mais sombrios.”
Another Day foi criado em colaboração com a Shape Arts e a Hot Knife Digital Media, como parte do Programa de Prêmios Adam Reynolds.