Um dos azarões na luta de softwares de edição e motion graphics é a Blackmagic Design. Ela é conhecida por fabricar hardware de qualidade, construindo placas I/O – como a famosa Decklink -, e um monte de câmeras e switchers. A Blackmagic entrou no jogo de softwares de pós-produção há algum tempo com a compra do DaVinci Resolve, a marca por detrás de uma das ferramentas mais apuradas para correção de cor.
Recentemente eles transformaram o Resolve em uma ferramenta de edição de qualidade, adquirindo em seguida o Fusion, famoso software da indústria VFX. Ambas plataformas eram muito caras no passado, com o Fusion custando cerca de US$5.000 e uma suíte DaVinci completa chegando a mais de meio milhão de dólares!
Quando Blackmagic entrou no jogo de pós-produção, seu objectivo era baixar drasticamente os preços desses pacotes. Bem, agora você pode obter versões totalmente funcionais de ambos gastando zero. Isso não é erro de digitação. Já falamos do custo do Fusion 8 aqui no Layer Lemonade, e é zero.
Na edição deste ano da conferência NAB em Las Vegas, a Blackmagic fez um anúncio interessante: a integração entre Resolve e Fusion.
Nos últimos anos, se quiséssemos criar um fluxo de trabalho completo com edição, composição, cor e gráficos, provavelmente olharíamos para algo como o Autodesk Flame – que custa mais do que a maioria dos carros e algumas casas. Isso era bom para trabalhos em que clientes pagam US$ 500+ por hora. Mas com a existência de ferramentas menos caras, como After Effects e Premiere Pro, o mercado de workflows high-end all-in-one tem diminuído significativamente.
Sejamos claros: a integração da Blackmagic é tipo o que a Adobe já faz usando Dynamic Link entre After Effects e Premiere Pro.
No entanto, existem algumas diferenças que podem ser interessantes para alguns. Primeiro de tudo, se você é um fã do Resolve ou Fusion, esse é um grande negócio, porque não se tem de mudar as aplicações e você terá um fluxo de trabalho realmente eficiente.
O Fusion também é uma ferramenta baseada em nodes, sendo muito familiar aos usuários dos já consolidados Nuke e Flame. Ele inclusive já é o preferido de alguns, e isso é um bônus para quem já usa o Resolve como ferramenta de cor e edição.
A Blackmagic também tem uma característica interessante que falta na Adobe: versionamento – o ato de armazenar diferentes versões de um mesmo arquivo para, se necessário, usar no futuro.
Quando se usa o Dynamic Link em produtos Adobe para salvar e atualizar clipes, não temos a opção de carregar várias versões desses arquivos para teste. A Blackmagic incluiu essa característica que é boa o suficiente para a Adobe copiar.
Ainda veremos se essa integração funcionará na prática ou se usuários atuais irão ignora-la completamente. Mas isso mostra que a Blackmagic é dedicada ao seu software de pós-produção, tornando-o melhor. E espero que isso inspire os concorrentes.
Mais um anúncio da Blackmagic foi o lançamento do Fusion for LINUX. Essa é apenas outra maneira que a Blackmagic encontrou para chacoalhar águas geralmente não habitadas pelo Nuke.
Fonte: Motionarray
[sgmb id=”1″]