O escritor e diretor David Lowery reinventou o clássico da Disney de 1977, O Dragão de Pete, com um novo olhar para relacionamentos, infância e dragões. O uso do Adobe Creative Cloud foi essencial nessa jornada.

Creative Cloud

A versão inicial era um musical em desenho 2D animado, já a versão 2016 é literalmente décadas a frente. Elliott, o dragão, é uma criação CGI peluda real o suficiente para tocar.

Trazer a história de Pete e Elliott à vida, para o público de hoje, foi a mais pura combinação entre live-action e CGI, que somente pode ser executada com um extensivo plano e colaboração de todos os envolvidos no projeto. Adobe Creative Cloud desempenhou um papel importante com Adobe Photoshop CC, Adobe Premiere Pro CC e Adobe After Effects CC, alimentando elementos chave da pré-visualização e pós-visualização, permitindo que Lowery criasse rapidamente cortes brutos de cenas no set para ter certeza que estava conseguindo os resultados que desejava durante as filmagens.

Para entender como a Adobe Creative Cloud ajudou as equipes criativas a visualizar Meu Amigo, o Dragão, conversamos com Lowery, com o produtor Jim Whitaker, com o supervisor de pré-visualização Stuart Allen, e Gino Acevedo, diretor de arte criativa para companhia de efeitos visuais Weta Digital.

Adobe: O que o atraiu para “Meu Amigo, o Dragão”?

Whitaker: Na sua essência, o filme é a história sobre a profundidade e poder da amizade que se passa entre um menino e um dragão. Eu sabia que tinha um grande filme quando comecei a ler o roteiro e imediatamente fui atraído para este belo relacionamento entre Pete e Elliott.

Lowery: Filmes para crianças podem ser importantes, pois afetam-nas em uma parte formativa de suas vidas. Eu estava realmente animado sobre a ideia de criar um filme que poderia crescer com crianças. Quando assistem pela primeira vez, reagem ao visual e a sensação de magia e também se relacionam com as emoções e experiências de Pete. Mas à medida que crescem, eles também vão encontrar outras partes da história que os toca.

Adobe: Como é que a visualização ajudou a produzir Meu Amigo, o Dragão?

Whitaker: Elliott pode ser um dragão, mas suas expressões de emoções deveriam ser tão reais quanto nossos personagens humanos. Você tem que acreditar que ele é uma criatura viva, respirando. A pré-visualização é essencial para um filme como este, afinal, Elliott não é real, mas o elenco e a equipe precisam saber como ele é e como se move.

Allan: Se pudermos descobrir alguns detalhes de antemão, tais como o quão grande Elliott é, como se parece e age, vamos economizar muito tempo e dinheiro durante as filmagens. Trabalhando de modo certo, todos ficam cientes, as equipes entram em cena compreendendo o olhar e o tom da produção. Isso torna-se menos problemático e evita contratempos no set, tende a manter o projeto dentro do orçamento e cronograma.

Pós-visualização é um momento de crítica, porque mostra o potencial que foi capturado nas filmagens. Nós podemos experimentar com pacing, enquadramento, ou personagens digitais para mostrar ao diretor e à equipe de produção opções para criar a história.

Adobe: Como foram as soluções da Adobe durante os processos de visualização?

Allan: A maior parte do processo da pré-visualização é a experimentação. Nós queríamos explorar e compartilhar a maior quantidade de opções para chegar na visão do diretor. Nós usamos o Premiere Pro CC no decorrer da pré e pós-visualização. Podemos alterar rapidamente sequências quando o diretor ou a equipe de produção trazia novas ideias. Nós também combinamos elementos visuais de várias fontes – live-action, modelos 3D, camadas do Photoshop – para criar qualquer efeito que queremos.

Usamos Photoshop CC e After Effects CC um pouco durante a visualização. Elliott pode ficar invisível, então o diretor nos desafiou a mostrar várias formas de Elliott desaparecer e reaparecer. Nós usamos o renderizador do Photoshop para renderizar múltiplos visuais, e então compô-los rapidamente no After Effects.

Uma vez que a pré-visualização é completada, nós usamos o Adobe Illustrator para criar diagramas técnicos e usar no set. Esses diagramas mostram onde a câmera estará em relação aos atores, o quão alto ele é, de onde ele se move e todas outras informações que a equipe precisará transmitir da pré-visualização para o mundo real.

Adobe: Conte-nos sobre trazer o dragão à vida.

Acevedo: Nós geralmente pensamos que dragões são assustadores, mas nós precisávamos que ele parecesse uma criatura que poderia ser amigo de uma criança. Uma vez que Elliott não fala, ele precisava ser muito expressivo. Acabamos fazendo vários conceitos, brincando um pouco com os olhos, orelhas e pêlos para acertar no visual. Adobe Photoshop CC é uma grande parte do meu processo de design. Posso adicionar camadas e efeitos para alterar rapidamente entre as opções. Como estávamos em busca de um visual realista, adicionei várias texturas da vida real. Por exemplo, sabia que gostaríamos de ver os pés de Elliott de perto.

Então, peguei várias imagens de referência das unhas e almofadas das patas de cachorros, coisas desse tipo, e colocava por cima dos renders para mostrar o tipo de detalhes que estava buscando para o design. Adobe Photoshop é essencial para nosso processo criativo, porque você pode tirar provas e testar de vários modos antes de iniciar a peça final.

Adobe: David, como passou sua visão para o elenco e a equipe?

Lowery: São diferentes artistas que se unem para criar uma cena. Você quer que todo mundo entenda e esteja de acordo, e para mim, o Adobe Creative Cloud é vital, especificamente para que todos entendam o que quero realizar. Se estou imaginando uma cena em que um caminhão passa por uma ponte, e essa imagem desaparece dentro de uma madeira esculpida, posso compor no Photoshop, levar a ideia ao After Effects, animá-la, mostrar ao artista no Weta e dizer: “Isso é o que quero que pareça”. Há muito menos confusão e tempo gasto indo e voltando com os artistas.

Neste filme em particular, foi um pouco difícil explicar aos atores, já que a coestrelar realmente não existe. Pude criar uma composição rápida utilizando o AE, e então abrir meu laptop para mostrar ao Robert Redford, Bryce Dallas Howard, ou outros atores que pertencem à cena. Isso dá a eles mais confiança em suas performances quando sabem como o outro “ator” interagirá com eles.

Utilizei o Premiere Pro para editar livremente. Gosto de editar assim que gravamos para saber se conseguimos a cena que precisávamos. O Premiere para mim é a melhor forma de fazer isso. É fácil e flexível. Posso levar as gravações do dia no meu laptop, fazer rápidas edições e imediatamente ver se as coisas estão seguindo a direção que quero.

Adobe: Poderia dar um exemplo de como o Premiere Pro ajudou durante o filme?

Lowery: Um exemplo é a cena em que duas crianças, Pete e Natalie, caem de uma enorme árvore. Eu estava nervoso porque tínhamos duas crianças penduradas a 23 metros. Existia muita aparelhagem e preparação envolvida, e tínhamos apenas cinco horas por dia com as crianças porque elas ainda precisavam ir à escola. Isso reduziu muito nosso tempo de filmagem; eficiência era a chave.

Após dois dias filmando a cena, eu não estava confiante de que tínhamos tudo que precisávamos. Tínhamos apenas mais um dia para tentar, então desisti do Premiere Pro. Quando vi as filmagens cortadas juntas, percebi que existiam certos problemas. O bom foi que sabia exatamente quais cenas precisávamos no outro dia, então pudemos produzir uma fantástica cena sem desperdiçar mais tempo e dinheiro regravando.

Adobe: Vocês se veem trabalhando com o Adobe Creative Cloud no futuro?

Whitaker: Definitivamente pré-visualização, pois é crucial para a preparação de um filme. Descobri através do David que existe um uso definido do Premiere Pro no dia a dia de filmagem. Encorajarei mais diretores a fazer o que David fez, usar o Premiere para entender como as cenas estão indo juntas em tempo real e tirar o máximo proveito das filmagens.

Allan: Usamos a Creative Cloud ao longo de nosso processo de visualização, e algumas capacidades 3D vindo ao Photoshop e ao After Effects só tem a melhorar isso. Seremos capazes de trazer texturas, câmeras e luzes no mundo 3D para criar visualizações ainda mais realistas.

Acevedo: Não consigo me ver não usando o Photoshop. É uma ótima e inteligente ferramenta, e a Adobe constantemente a melhora com novas opções e pincéis.

Lowery: Eu havia acabado de gravar outro filme em que estava cortando com o Premiere Pro. Amo como tudo fica alojado em um só lugar com o Creative Cloud e com todo programas que trabalham juntos. Também é fantástico como as atualizações veem rápido e os softwares estão sempre evoluindo. Estou muito empolgado com o que posso fazer com o Creative Cloud hoje, e ansioso para ampliar meu uso dos softwares da adobe quando penso em trazer novas histórias para a vida nas telas.

E aí? Gostou da entrevista? Se quiser saber mais, a Adobe também soltou este artigo, em inglês. Confere lá!

Fonte: BlogAdobe