Bertone Studio é liderado pelo casal Eduardo Bertone e Michiyo Sato. A combinação dos dois artistas deu origem a um estilo muito único de ilustração e animação, descrito como arte folk psicodélico.
Cada animação mostra um universo rico em detalhes e muitas cores vibrantes, que em looping, se tornam algo hipnotizante.
“Trabalhar quadro a quadro é demorado e exige muito esforço, mas eu aproveito cada segundo”, diz Eduardo. “O mesmo vale para as obras complexas que crio, que às vezes resultam em horror vacui. Ainda assim, acredito que esse tipo de arte possui uma beleza que só surge quando é feita à mão”.
Referência criativa
Eduardo nasceu na Argentina, se formou em design gráfico e se apaixonou pelo estilo psicodélico das ilustrações no início dos anos 2000.
Já Michiyo, mudou para Madri após se graduar em Belas Artes em Kyoto. Começou com estágios em estúdios de design, mas logo percebeu que seu lugar estava na ilustração, onde se sentia mais livre.
Nessa dupla, Eduardo é quem mergulha nos mínimos detalhes da ilustração e Michiyo é responsável pela direção criativa.
“Nós dois gostamos de misturar elementos de diferentes mundos, tentando estabelecer uma sensação de unidade ao combiná-los. De ukiyo-e japonês (浮世絵) à cultura pré-colonial argentina, além de mangás, animes, desenhos animados e rabiscos espontâneos com realismo, essa abordagem traz dinamismo à obra. É como uma viagem por diferentes tempos e lugares.”

Ao receber um briefing criativo de grandes marcas, eles se dedicam a criar algo verdadeiramente único.
Muitas de suas criações questionam os padrões convencionais de beleza, explorando o conceito japonês de busa kawaii, o “feio, mas fofo”
Apesar das inúmeras referências japonesas, os elementos mais psicodélicos vêm principalmente de Eduardo, que se interessa por estados alterados da mente, arte psicodélica e Art Brut. Michiyo, por sua vez, valoriza a autenticidade da arte popular.
Num momento em que muitos se sentem tentados a gerar animações usando IA e outros processos digitais, o Bertone Studio continua fiel à criação manual, garantindo que o resultado seja sempre original e diferente.
“Não sou contra o avanço tecnológico e valorizo artistas que usam métodos inovadores para se expressar”, diz Eduardo. “Mas eu adoro passar horas e horas desenhando e animando. Amo todo o processo, e não quero abrir mão disso, então não vejo sentido em usar IA para fazer isso por mim.”
Para mais inspirações, saca só esse post sobre a animação de ruptura.