De Os Cavaleiros do Zodíaco a Attack on Titan: entenda como os animes estouraram a bolha dos “otakus” e se tornaram parte da cultura popular no Brasil.
O começo de tudo
Acredita-se que os animes fazem parte da história do Japão desde 1917, tornando-se popular somente décadas depois com títulos como Hakujaden, Astroboy, Mirai Shōnen Conan e outros.
No entanto, foi só nos anos 90 e 2000 que eles foram popularizados no Brasil com o anime “Os Cavaleiros do Zodíaco”, trazido pela TV Manchete. Muitas outras emissoras incluíram diversas animações japonesas em sua programação, assim como Dragon Ball, Pokémon, Sailor Moon, Yu Yu Hakusho e etc. Mantendo milhares de espectadores vidrados na TV todos os dias.
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A grande popularização na época se deu a diversos fatores:
- Depois da Segunda Guerra, muitos imigrantes japoneses vieram pra cá e introduziram o gênero ao Brasil.
- Devido à uma forte relação de negócios entre o Japão e o Brasil naquela época, houve uma intensificação da comercialização de animes e mangás.
- A semelhança das histórias dramáticas que se comparavam às novelas.
- Estilo de desenho único, animações expressivas e a trilha sonora.
- O fantástico trabalho dos dubladores que traziam toda uma personalidade pros personagens, contribuindo com que os animes chegassem em mais pessoas.
- Os fansubs (fãs que traduziam animes e mangás) que disseminavam o gênero entre os brasileiros.
Naquela época também começaram a surgir revistas sobre o assunto, brinquedos, action figures e os primeiros eventos focados na cultura japonesa.
No entanto, os animes foram sendo retirados pouco a pouco da TV aberta, fazendo com que a popularidade decaísse por um tempo.
O anime hoje em dia
Com a ascensão da internet, plataformas de streaming surgindo e o marketing vindo com força, conseguimos ver um verdadeiro “boom” dos animes, muito maior que antigamente.
A Netflix teve um papel importantíssimo para que isso acontecesse. Inicialmente colocando em seu catálogo diversos clássicos como Death Note, Dragon Ball, Naruto e trazendo a dublagem em português em todos eles. Posteriormente começou a produzir os seus próprios animes como Cyberpunk: Edgerunners, Beastars, Dorohedoro e também comprou os direitos de produção de animes que já eram conhecidos.
Fora a Netflix, surgiram plataformas de streaming inteiramente voltadas às produções orientais, assim como a Crunchyroll e Funimation. A popularização do gênero foi tão alta e extremamente rentável, que em 2021 a Sony decidiu comprar a Crunchyroll por 1.2 bilhões de dólares e juntou com a Funimation. Surgindo assim a maior plataforma de streaming de animes do mundo, totalizando 5 milhões de assinantes por mês.
Nos cinemas, recentemente o filme “One Piece Red” rendeu 127 milhões de dólares no Japão, sendo a maior bilheteria do ano.
Já aqui no Brasil, ele é a maior bilheteria do gênero, com 5,9 milhões de reais acumulados, juntando mais de 326 mil espectadores.
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Por causa da imensa demanda do público, diversos animes estão sendo produzidos em grande escala e o mercado está evoluindo muito rapidamente. Podemos encontrar facilmente animes com estilos diferentes, saindo da animação tradicional e introduzindo elementos 3D. Inclusive, vários estúdios vêm se destacando, entre eles o Mappa, Studio Trigger, Polygon Pictures.
A explosão da indústria é um reflexo dos novos talentos que se dedicam veementemente ao gênero e da fanbase entusiasmada e apaixonada. Uma coisa é clara, os animes estão cada vez mais presentes na vida dos brasileiros!
Fonte: Nippobrasilia