Parceria dos Estúdios Moonbot com a empresa especializada em audio de alta qualidade Dolby (pegue seu melhor fone de ouvido pra assistir esse filme), e muitos outros super artistas e profissionais, Escape é um dos curtas visualmente mais bonitos que apareceram nos últimos meses. O filme foi um dos selecionados para o festival Tribeca desse ano.

Em Escape, uma exploradora espacial solitária explora um planeta desolado em busca de uma fonte de energia capaz de torná-lo habitável. Para criar esse mundo a equipe de design e conteúdo da Dolby se juntou aos animadores dos estúdio Moonbot, para combinar modelos reais com animação CG. O filme evita diálogos e ao invés usa expressões faciais, efeitos visuais e música para se comunicar com a audiência. Para a filmagem, os animadores criaram um modelo do terreno do planeta, de aproximadamente 9×12 metros, para usar como BG. Eles usaram cameras HDR (high-dynamic-range) para capturar os movimentos de grandes “pedras” do cenário, presos por arames. “Escolhemos fazer miniaturas e capturar opticamente coisas reais, misturando com o CG pra criar essa universo vibrante e fantástico”, diz o diretor Brandon Oldenburg, do Moonbot. O filme também utiliza o Dolby Vision e o Dolby Atmos, tecnologias da Dolby para melhorar a qualidade da imagem e criar um som mais imersivo, respectivamente.

 

O objetivo principal da equipe de design era criar um planeta desolado que se transformasse em um planeta bonito e saudável. Os animadores controlaram cuidadosamente a paleta de cores, para dar a audiência a sensação de mudança no ambiente. Mas fazer o cenário desértico escuro demais poderia deixar o filme sem graça; e fazer o ambiente transformado claro demais iria deixá-lo sem vida. Nesse aspecto, usar a potência HDR do Dolby Vision permitiu que os animadores trabalhassem com um alcance muito maior de brilho, contraste e cor, do que conseguiriam com uma tecnologia padrão, e assim conseguindo controlar com muito mais precisão as cores do filme.

Já a trilha sonora ficou por conta de Imogen Heap, que compôs, produziu e cantou a música “Magic Me”, que também foi mixada pelo sound designer Nick Ryan, usando o Dolby Atmos e o Dolby Vision. Vencedora de dois Grammys, em 2010 e 2016 (melhor álbum), Imogen é famosa por ter desenvolvido uma luva especial, que a torna capaz de controlar sua música através de gestos das mãos, ao vivo. O projeto da luva foi ao Kickstater a alguns anos atrás e se transformou nas luvas Mi.Mu

Voltando ao filme, curiosamente a heroína de Escape é uma versão adolescente de uma personagem já apresentada anteriormente em 2013, conhecida apenas como The Kid, no premiado filme Silent, outra parceria do estúdio Moonbot com a Dolby.

Em Silent, Morris, o personagem da premiada animação do Moonbot: The Fantastic Flying Books of Mr. Morris Lessmore (2011), se junta a The Kid numa aventura que remete à história do cinema e do audiovisual (e da própria Dolby). Morris foi inspirado em um grande ator do cinema mudo, Buster Keaton, e por isso representaria o cinema.  Já a Dolby começou no som, e por isso precisavam adicionar um segundo personagem que representasse Dolby e a importância do som. Partindo de valores básicos como inovação e a busca pelo maravilhoso, surgiu a forma da The Kid.

O desenvolvimento de Silent começou a partir de style boards ilustrando os principais elementos da história: artistas de rua, primeiros atores de cinema, órgãos de cinemas antigos, e o interior e exterios desses teatros. A partir dessas inspirações, alguns testes em storyboard com um estilo cartoon foram feitos,  e transformados em animatics com alguns detalhes em CG, sempre tentando manter um estilo de animação que lembrasse o início da era do cinema.

Com esses animatics, foi possível montar um rascunho de sons e trilha. Como o objetivo era contar a história em partes iguais tanto pelo visual quanto pelo áudio, esses primeiros áudios foram essenciais para os primeiros animatics, e na definição do melhor timing para a animação.

 

fontes: Imogen Heap, Animation Magazine, Dolby.

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