Sua máquina é parte fundamental no processo de conceber e executar ideias. Mantê-la atualizada é fundamental. Do ponto de vista de hardware, sempre esbarramos com dúvidas na hora do upgrade ou compra de PCs novos. Minhas andanças pela web provam que o assunto mais discutido na comunidade é: qual hardware é o ideal para Motion Design e animação (2D/3D)?

Essa resposta é ampla e cheia de nuances, e se perguntarmos a 10 pessoas teremos 10 respostas diferentes. Isso acontece por um motivo simples: em geral os profissionais da área não sabem para quê seu hardware serve. E isso é estranho, pois lidamos com coisas tão complexas e não dominamos as máquinas que usamos.

Saiba o que faz para saber o que deve usar

Cinema 4D - via Maxom.net

Cinema 4D – via Maxon.net

Se você está para fazer um upgrade parcial ou mesmo trocar sua máquina por outra nova, a primeira pergunta que deveria se fazer é: qual é o meu trabalho? No ramo de motion e animação isso é vasto, pois navegamos de lá para cá em um punhado de softwares diferentes. Começamos um projeto no Illustrator, depois vamos ao After Effects, em seguida caímos no Photoshop e por que não uma passadinha no Cinema 4D e voltar ao After Effects pra finalizar? Isso quando não precisamos abrir um Mocha pra tracking ou um RealFlow para simulação de fluídos.

Sua pipeline é o ponto decisivo para que se saiba qual hardware escolher. Entretanto, o software que mais usa no dia-a-dia deve ditar sua configuração de hardware. Não adianta usarmos After Effects sete dias na semana, 10 horas por dia e termos uma máquina responsiva em softwares 3D. Nada vale uma placa de vídeo de 12 mil reais se seu software majoritário na pipeline não faz uso dela. Lembre-se, mesmo que usemos 10 programas diferentes para um projeto, devemos ter clareza em relação ao que mais usamos para não trocar gato por lebre.

Peças caras não são sinônimos de boa desenvoltura

Intel i7 - via Pc World

Intel i7 – via Pc World

Que não se questione o título desse tópico, pois muitos caem na esparrela de pagar um rim por máquinas que não satisfazem seu workflow. Por isso, tenha em mente não somente o que faz, mas também que o preço final de seu PC depende de muitos fatores.

No Brasil tudo é caro. Ainda assim podemos – quando queremos -, comprar boas máquinas a um preço justo. No entanto, a linha que separa o bom PC (aquele que satisfaz suas exigências), do PC High-end (aquele que talvez satisfaça, mas custa cinco vezes mais), é tênue.

Um upgrade parcial pode se tornar infernal caso não tenhamos plena consciência de como as peças se interrelacionam. Tomemos como base o processador Intel 5820K Hexa-core. Soa promissor adquirir um desses e dar aquele up não é? Pense de novo.

O 5820K Hexa é a velha armadilha que se esconde por detrás dos números. Por ter 6 núcleos (12 threads), 3.6 GHz e 15Mb de cache concluímos que ele é um ótima opção. E é, se você tem grana pra rasgar. Ao adquirir esse processador, automaticamente precisa-se das caríssimas memórias DDR4 e placas mãe com soquete LGA2011-v3 – que também não são lá essas coisas de baratas. E nem vou enumerar outros aspectos para não prolongar, mas o preço final da brincadeira é alto.

Por outro lado, temos o i7 4790K, um processador Quad-core (8 threads), 4.0GHz e 8Mb de cache que não só é mais barato que o supracitado, como também dá um pau nele. Além disso, não precisa de memórias DDR4 e na soma total dos feijões, economiza-se muita grana e se obtém ótimo custo x benefício.

Nem tudo se resume a CPUs e GPUs

Nvidia GTX 1080

Nvidia GTX 1080

Processadores e placas gráficas são importantes, mas calma lá. No After Effects, por exemplo, obtém-se melhor desenvoltura com aumento de memória RAM do que uma GPU de 5 mil reais. E se eu te contar que se tem ainda mais melhorias no render output, e render preview com o combo SSD no sistema + SSD pra cache do que com um processador Hexa ou 32Gb de RAM? Pois é, a Adobe ensina isso no manual do AE, mas ninguém lê.

O Cinema 4D, por outro lado, se beneficia bastante da CPU pra render e da GPU pra viewport. Nesse caso, o SSD agiliza o processo de inicialização e estabilidade geral, mas uma boa GPU ditará a velocidade da navegação e um bom CPU do render. Mesmo assim, um SSD fará com que o programa não encerre inesperadamente o tempo todo.

O bom profissional sabe o que precisa

via themetropreneur.com

via themetropreneur.com

Assim voltamos mais uma vez ao ponto de partida: o que você faz? Qual é o software majoritário na sua pipeline? O que mais uso no meu dia-a-dia e o que uso apenas em trabalhos esparsos?

Tenha isso em mente, saiba o que precisa. Trabalhar nesse ramo exige que saibamos o mínimo sobre hardware. E saber isso não requer grandes esforços, basta pesquisar e compreender o que cada ferramenta que usa pede. Além disso, todas partilham de coisas em comum para melhor desempenho, assim se formos inteligentes conseguimos montar uma boa máquina que rode o AE tranquilo, mas que dê conta de 3D sem grandes engasgos.

Conclusão

via comunidadbios.com

via comunidadbios.com

Não é simples montar uma máquina equilibrada, mas é fácil nos perdermos pela web e acabarmos com um PC que não nos serve. Por isso, não tenha pressa de comprar ou medo de perguntar. Pesquisar e conversar é sempre o melhor para resolver dúvidas. Procure saber o que seu software principal pede e dê isso a ele. Veja quais outros usa e equilibre as peças de maneira a satisfaze-los também.

Levei um ano pra ter certeza do que precisaria ao montar minha máquina. Deixei meu iMac Quad pra trás e não sinto saudades. Hoje em dia, uso essa configuração:

  • i7 4790K 4.0GHz, 8Mb de Cache
  • GPU GTX 980
  • 32Gb RAM DDR3
  • 2 SSDs de 128Gb (um pra sistema, outro pra cache)
  • 1 HDD 1Tb pra arquivos diversos
  • Fonte de 1200 W (não lembro a marca)
  • Não lembro a placa mãe (risos)
  • Tv Samsung JU6500 4K de 40″ (como monitor)

E aí? Conseguiu clarear a cabeça para comprar seu novo PC ou dar um upgrade parcial? Compartilhe conosco sua sabedoria e suas dúvidas!

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