Este artigo é um resumo do que foi abordado na última live do Mograph News, em que a bancada do Layer Lemonade se reuniu uma segunda vez para bater um papo sobre um tema que interessa a todos: precificação, ou melhor, sobre não cobrar pouco pelo seu motion e a importância de saber negociar com o cliente.
Essa última live do Mograph News foi uma continuação do assunto iniciado na primeira live, NÃO COBRE POUCO PELO SEU MOTION. Como é um assunto que pode ser amplamente discutido entre vários tópicos, a bancada resolveu fazer uma parte dois e ampliar a discussão. Esse episódio teve a participação especial do motion designer Leo Mazzei, de São Paulo, que acrescentou bastante no papo dessa live. Você pode conferir tanto a primeira live quanto o resumo dela no artigo NÃO COBRE POUCO PELO SEU MOTION aqui no blog.
O intuito da pauta dessas lives foi de complementar o artigo do Gui Jorge, Cobre pouco pelo seu Motion, postado aqui no blog do Layer Lemonade. Com esse título provocativo, que pode ser facilmente mal interpretado, o Gui teve como motivação discutir sobre a realidade dos que estão iniciando agora no motion, que ainda estão longe de captar clientes grandes. Segundo o Gui, o propósito dessa discussão é deixar os novatos em uma posição mais confortável para cobrar “pouco” pelo seu trabalho, considerando que se leva muito tempo para se tornar realmente bom nessa profissão e que a desigualdade no nosso país é imensa. Sendo assim, o iniciante já colocaria o aprendizado em prática com projetos menores, mesmo que ganhando relativamente pouco, mas que pode ser fundamental para manter a motivação de continuar a praticar e se aprimorar cada vez mais. E para ampliar essa discussão, segue a continuação da pauta dessa live:
Para saber cobrar um valor justo pelo seu trabalho é essencial que o profissional tenha autoconhecimento sobre as suas habilidades e o tempo que se leva para finalizar um projeto. Pode ficar bem complicado de precificar um trabalho se você não sabe qual o grau de dificuldade do projeto e quanto tempo vai levar para executá-lo. Deve ser considerado também o custo de vida, software, hardware, entre outros gastos. É difícil para quem está iniciando nessa área ter noção do tempo de execução, pois ainda não tem experiência suficiente para calculá-lo. Uma dica para desenvolver essa consciência de quanto tempo você leva para concluir um projeto é: em todos os projetos que você for iniciar, sejam projetos pessoais ou comerciais, comece a dividi-los em etapas e mentalizar quanto tempo você acha que vai levar para finalizar cada uma delas. Ao finalizá-las, anote quanto tempo levou e confira se é aproximadamente o tempo que você pensou que levaria. Conforme for repetindo essas etapas você terá mais certeza de quanto tempo levará, e isso pode te ajudar muito a calcular seus valores e cumprir corretamente os prazos com o cliente.
Um outro fator que pode afetar drasticamente o valor do seu trabalho é a habilidade de negociação. Por mais que o profissional seja bom no que faz, isso por si só não garante uma boa remuneração pelo trabalho prestado. Ao negociar existe uma relação de poder entre o cliente e o prestador de serviço e, sem a capacidade de articular, esse “poder” acaba indo para o lado do cliente; ele dita as regras, dita como vai ser o processo e também quanto irá pagar. Só invertendo essa relação que se consegue ter mais autonomia para cobrar o valor que julga ser o justo. Tem vários fatores que influenciam na maneira como o cliente te vê, e se você se posiciona como expert para conseguir a confiança dele para resolver o problema. O jeito que você se comunica e se comporta, o e-mail que você escreve, a organização e qualidade do seu portfólio e, principalmente, se você faz as perguntas certas para extrair dele um bom briefing. Então é muito importante saber articular e negociar. E caso você queira saber mais sobre briefing, vou disponibilizar abaixo uma live do Manual do Freelancer sobre esse assunto:
É frequente ser necessário saber simplificar um projeto, e isso também é bem importante para uma boa negociação. Em vários casos o cliente pode achar que o orçamento está acima do que ele gostaria ou que teria possibilidade de pagar. Então cabe a você diagnosticar se é viável simplificar o projeto, tirar um pouco da complexidade para ficar mais acessível para o cliente, e mantendo o resultado que ele queria obter. Por exemplo, você pede um valor “x” pelo projeto mas o cliente só tem condição de te pagar o valor inferior “y”. A partir disso você pode propor simplificar o trabalho para que seja possível o cliente arcar com o custo, seja diminuindo a duração do projeto, alterando os tipos de técnicas ou estilos a serem utilizados, aumentando o prazo de entrega, etc. Uma boa prática é, durante o briefing, você perguntar para o cliente se ele tem ideia de quanto ele quer ou pode gastar com o projeto. Ter logo de cara um valor como limite pode tornar todo o processo mais ágil e mais claro com relação a tudo que vai envolver o trabalho. É bom também ter em mente que no Brasil há uma certa cultura da pechincha, então pode ser interessante você elevar um pouco o valor final a fim de criar uma margem de negociação, pois vários clientes certamente vão te pedir um desconto. Mas, claro, essa prática não é uma regra. O importante é não ignorar essa parte estratégica de atendimento que é muito importante para se fechar um bom negócio.
Assista a live na íntegra (disponível acima, no começo deste artigo) para conferir todo o conteúdo discutido a respeito desse tema. Contamos com a sua presença na próxima live do Mograph News, na quarta-feira às 16h.
O Mograph News é realizado nas quartas-feiras às 16h (no canal do Youtube), feito pelos membros da staff do Layer Lemonade, que são profissionais que atuam na indústria de animação e motion design. As lives iniciam sempre com algumas notícias, vulgo rapidinhas, sobre as novidades do Layer Lemonade e da indústria de animação e motion design. Logo após, são lidos alguns comentários feitos nas postagens do Layer Lemonade nas redes sociais, e a bancada discute acerca deles, cada qual fazendo suas considerações. Há um assunto diferente em pauta a cada semana, sugerido pelo chat que acompanha ao vivo ou pela própria bancada. Os membros da bancada são: Dhyan Shanasa e Ester Rossoni (os Supernova Duo), Bibi Politi, Gabriel Felix, Gui Jorge, Louise Bonne, Pola Lucas e Rafael Arame.