Por dentro do iMac Pro: um overview da máquina mais poderosa da Apple

O iMac Pro já está entre nós, e apesar de todo furor em torno dessa nova máquina da Apple, será que vale a pena pagar seu preço tabelado que, no Brasil, beira o ridículo? Neil Bennett, da Digital Arts, testou bem um dos modelos do iMac Pro e escreveu um overview sobre sua experiência. Com isso podemos ter uma boa noção de como essa máquina funciona e suas vantagens e desvantagens.

Do lado de fora, o iMac Pro é distinguível do modelo padrão apenas pelo seu esquema de cores Space Gray (e um par de portas extras na parte de trás). Essa paleta se estende ao mouse, trackpad e teclado – que é full-size com um teclado numérico (não existe uma versão cinza do teclado menor).

Esse lance das cores é pequeno, mas prefiro esse esquema Space Gray do que o tradicional iMac silver. Parece um pouco mais… Bem, pro – e uma melhor combinação externa mais interessante para as interfaces escuras do Premiere Pro, After Effects, Cinema 4D, Maya e Final Cut Pro X.

Todas as imagens via Digital Arts

 

Digo que é uma coisa pequena – e em termos reais é -, mas sabemos que a estética pode fazer uma diferença definitiva ao comprar um computador, uma diferença maior do que a maioria de nós admitiria prontamente. E o esquema de cores faz parte da maneira da Apple de dizer que está comprometida com o mercado profissional depois de ser acusada de se preocupar mais com a venda de iPhones para Instagrammers e MacBook Pros para pessoas de negócios que querem se “sentir criativas”.

Classificar o que esse “mercado profissional” é um pouco nebuloso. Um ilustrador criando sua arte em um iPad Pro não é um “profissional criativo”? E um designer usando um iMac de 27 polegadas?

A resposta real é que a linha que separa o iMac e iMac Pro é difusa. Eles são essencialmente a mesma coisa. Se precisar de um determinado nível de desempenho ou tiver um orçamento limitado, o iMac funcionará perfeitamente para você. Se precisar de mais, e pode pagar mais – ou simplesmente quer ter o Mac maior e mais bad ass para satisfazer seu ego ou se mostrar aos clientes -, então pode pegar o iMac Pro.

Todas as imagens via Digital Arts

 

Que tipo trabalho requer um iMac Pro em vez de um iMac padrão? A Apple anda apostando no Final Cut X, que tem sumido das ilhas de edição. Em nosso campo, vimos o software de design 3D da Adobe – o Dimension -, que renderizará mais rápido usando os núcleos adicionais encontrados nos chips do iMac Pro. O mesmo é verdade sobre o Cinema 4D, e também vimos o Gravity Sketch, uma inovadora ferramenta de desenho e escultura baseada em VR, que atualmente é principalmente destinada a designers industriais esboçando carros e sapatos -, mas a empresa por detrás dele está procurando adaptar o software para áreas de design gráfico, UX, CG e VFX.

Gravity Sketch – Todas as imagens via Digital Arts

Os novos processadores Xeon

Os processadores Xeon W possuem algumas vantagens principais sobre os chips Core i5 e i7 do iMac padrão. O primeiro é o número de núcleos: o iMac usa quatro núcleos, enquanto o iMac Pro escolhe entre 8, 10, 14 ou 18.

Os núcleos adicionais oferecem maior desempenho em aplicações multi-threaded, embora mais núcleos não signifiquem necessariamente mais potência. A velocidade de clock também é importante. O Xeon de oito núcleos usado no iMac Pro é executado a 3.2GHz indo até 4.2GHz, enquanto o 10-core é executado em 3GHz e possui um Turbo Boost de 4.5GHz.

O caminho dos chips Xeon ao longo dos anos foi alcançar mais núcleos, e isso faz a velocidade máxima diminuir. Assim, o modelo de 14 núcleos tem velocidades de 2.5GHz / 4.3GHz, enquanto o 18-core é 2.3GHz / 4.3GHz.


A inclusão dos processadores Xeon W também separa o iMac Pro das worstation PC tudo-em-um, como o Precision 5720 AIO da Dell, que atualmente suporta apenas a geração anterior de chips Xeon.

Outro componente do iMac Pro que o iMac não possui é a ECC RAM. Isso funciona apenas com processadores Xeon, e é mais confiável que a RAM padrão, sendo uma bênção definitiva para quem faz renderizações muito longas. Mas ao contrário do iMac, não podemos atualizar esta RAM por conta própria.

Performance gráfica

Existem duas opções de GPUs, ambas da AMD. A Radeon Pro Vega 56 tem 8 GB de memória, enquanto a Vega 64 tem 16 GB. A plataforma Vega tem uma largura de banda de memória de até 400 GBps – quase tão alta quanto a placa gráfica de classe A da Nvidia, a Quadro P6000. O desempenho da Vega é avaliado em 11 TFlops – o que não é muito inferior aos 12 TFlops oferecidos pela P6000.

Se você quiser ainda mais poder gráfico, pode conectar uma placa gráfica externa ao Thunderbolt 3. Isso permite manipulações em softwares 3D que, de outra forma, o iMac Pro sozinho não seria capaz.

Cinema 4D no iMac Pro

A principal diferença de armazenamento entre o iMac e o iMac Pro é que o último possui um chip T2, que criptografa dados no armazenamento. Não é tão relevante para artistas digitais, a menos que você trabalhe para clientes que gostariam desse nível de segurança adicional, mas o ponto principal aqui, de acordo com a Apple, é que isso faz isso sem afetar o desempenho da unidade .

Enquanto a Apple lista as opções de armazenamento de 1TB, 2TB e 4TB, estas são, na verdade, constituídas por duas unidades flash de 512GB, 1TB ou 2TB, respectivamente. Estes aparecem como uma unidade única de RAID-but-not-RAID.

A diferença final entre o iMac Pro e o iMac é que o modelo Pro tem quatro slots Thunderbolt 3 para os dois do iMac.

Mas o preço no Brasil…

No Brasil o iMac Pro já é vendido em seu modelo básico 8-core por R$ 37.999,00. Pois é, dá pra comprar um carro tranquilamente com isso. Os demais modelos somente sob encomenda.


Fonte – Digital Arts

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