Precificando o nosso trabalho

Acredito que como muitos da área, eu comecei bem cedo a “explorar” a profissão. Ainda estava na faculdade quando comecei a fazer cursos de animação sem saber exatamente se era aquilo mesmo que iria um dia me dar o sustento necessário para sair de casa. Os cursos geraram frutos e entrei para estúdios, mas o que eu ganhava ainda não era o suficiente para ter essa independência. Aprendi que se quisesse ganhar mais, teria que eu mesma desenvolver meu negócio atuando como freelancer.

Agora sem o estúdio e como freelancer, eu tinha que determinar meu preço. Mas… como faria isso? Eu sabia que tinha que cobrar o suficiente para cobrir gastos de alimentação, de energia, internet, de água, de equipamento e de aluguel mas conforme fui fazendo as contas ainda não batia com o valor que me faria ter uma vida que queria.

Foi conversando com outras pessoas que aprendi que precisava incluir nos valores coisas de médio e longo prazo também: um valor para saúde, para aposentadoria, para uma reserva de emergência, contabilidade e uau! eram tantas coisas que não precisava me preocupar antes! Logo surgiu um sentimento de frustração por ter que tomar conta de tantas coisas… Que logo desapareceu quando comecei a pesquisar e entender finanças.

Soube por exemplo, que podia aproximar minha aposentadoria caso contribuísse por conta própria. Ou que poderia ter mais dias de folga se a caixa da empresa tivesse preparada para isso. Por isso, a primeira dica é: Reserve um tempo do seu dia para estudar finanças. Nem que seja 20 minutos por dia. Crie grupos com amigos. Pesquise e lembre-se sempre: não existe milagres.

A segunda dica é saber o mínimo que você deve cobrar. Aquele valor que vai cobrir todos os seus custos, tanto pessoais como empresariais. Para isso, a Isabella Bertolli criou essa excelente planilha que calcula sua diária com base em seus gastos mensais. Para conseguir editá-la, é preciso fazer uma cópia para seu Google Drive pessoal: Vá em Arquivo > Fazer uma cópia.

Sabendo seu valor mínimo, você consegue cobrar por diária e ter uma ideia de quanto será cobrado dependendo do cronograma do projeto. Lembre-se sempre de adicionar uma taxa caso seja urgente, se precisar trabalhar finais de semana ou se o pagamento for feito daqui a 30 dias.

A última dica é: Considere cobrar por projeto. Durante muito tempo cobrei por diária pois na animação frame a frame é uma prática mais comum por demandar longos dias de trabalho, no entanto quando surgem projetos mais rápidos e de clientes maiores (responsabilidades maiores) se torna justo obter um valor maior sob seu projeto. Afinal, a responsabilidade de se trabalhar com clientes maiores é superior, logo o lucro deveria ser maior. Saber cobrar por projeto envolve bastante conversa com outros profissionais ou até mesmo perguntar sobre orçamentos para o cliente com quem está te contratando. Lembre que ao cobrar por projeto, é necessário criar contratos ou arquivos que explicam como o projeto irá ser feito (com taxas de alteração ou demoras de feedback) sempre com a confirmação do cliente. Aprenda a montar um briefing e um contrato nessas maravilhosas lives do manual do freelancer: Tudo sobre briefing | Tudo sobre contrato

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