O último episódio do novo podcast do Layer, Manual do Freelancer, falou (quase) tudo sobre preços. Neste artigo eu queria compartilhar uma perspectiva muito interessante que eu ouvi do designer Ran Segall, no seu canal do YouTube, o Flux.
Existem milhares de dicas e estratégias para se chegar no preço dos seus projetos, incluindo fazer as contas de todos os seus gastos operacionais e pesquisas para descobrir quanto outros artistas cobram. Mas uma coisa que quase ninguém diz é que o preço é uma decisão que você toma.
Como disse o Blair Enns, em um vídeo no canal The Futur, o preço diz muito sobre você. Ele fala sobre a sua autoconfiança, sobre sua demanda, o mercado em que você está inserido, etc. E parte dessas coisas você pode simplesmente escolher: “o que eu quero que o meu preço diga sobre mim?”.
A partir dessa decisão, você vai precisar encontrar clientes que estão dispostos a pagar aquele valor. Mas é óbvio, se você cobrar um preço que ninguém está disposto a pagar, você vai falir. É claro, também, que se você cobra um valor muito alto, o seu trabalho tem que ser muito bom para acompanhar esse valor. Mesmo assim, o preço pode variar muito baseado na sua decisão.
Cada designer e animador é único. A experiência que um cliente tem contratando você é diferente de qualquer outra pessoa no mundo, e é por isso que você pode cobrar qualquer valor que você acredita que seu tempo vale. O que importa é convencer somente uma pessoa: o cliente que está conversando com você naquele momento.
Todas essas estratégias e teorias sobre precificação podem te ajudar a calcular seu preço, mas elas não excluem a parcela de arbitrariedade que existe na decisão final do seu preço. Calcular seus gastos e fazer pesquisas com amigos vão te levar a cobrar o valor que outros profissionais estão cobrando, mas se você quiser dar um passo adiante, basta tomar a decisão de cobrar mais e se posicionar de acordo.
É importante dizer que cobrar valores baixos também é uma decisão possível. Existem milhares de clientes por aí com negócios pequenos que não podem pagar valores altos. Mas, se tomar essa decisão, você precisa ter métodos e processos que possibilitem trabalhar rápido e limitem as possibilidades de alteração do cliente, o que pode ser uma abordagem lucrativa também no final do dia.
Como diz Blair Enns, cobrar mais não significa só aumentar sua margem de lucro. Significa também a possibilidade de consertar erros, tanto os seus quanto os do cliente, e assim entregar um serviço melhor. Clientes que pagam bem vão extrair o melhor de você, te possibilitando entregar o melhor resultado possível. Portanto, no final das contas, esta vai ser uma relação de ganha-ganha.