O estúdio Saddington Baynes dão os melhores conselhos pra você fazer sua primeira tentativa dentro da indústria 3D na gringa (ou no Brasil). Os conselhos a seguir, foram retirados de uma entrevista originalmente publicada no site www.3dartistonline.com
Ao se candidatar para qualquer emprego, as pessoas costumam dizer que não se trata do que você sabe, é quem você conhece: o famoso Q.I. Entretanto, em nossa indústria, o talento e a criatividade são obviamente primordiais. Mas isso é um pouco vago, não é? O que os donos de studios VFX realmente estão procurando?
O estúdio de VFX Saddington Baynes (UK) nos dá um norte sobre o que é preciso fazer no universo de produção 3D – dos caminhos sobre carreiras, passando pela construção de um portfólio que se destaque até conselhos sobre postura no ambiente de trabalho.
Por onde começar?
A maioria dos artistas são, em geral, “treinados de forma clássica”, ou seja, têm no currículo aspectos de educação formal. Muitas vezes, eles obtiveram um diploma ou equivalente em campos que variam de:
- Animação e VFX
- Design
- Ilustração
- Fotografia
- Ciência da Computação
- Design de produtos
- Modelagem e animação de games
- Desenho industrial
- Desenvolvimento de software
- Engenharias
Muitos estúdios primam pela diversidade. As principais coisas que eles procuram ao escolher um artista são a paixão pelo que faz, o forte conhecimento técnico, um olhar crítico para detalhes e, acima de tudo, uma mente criativa.
Que experiência eu preciso?
Um currículo e portfólio impressionantes são ótimos – essenciais, mesmo – mas, além da experiência, os estúdios procuram compromisso. Você precisa estar antenado com novas tecnologias que geram tendências e inovações criativas.
Um bom palpite
Os mestres da composição e as mentes brilhantes em iluminação, por exemplo, não aparecem do nada. Muito menos quando um estúdio precisa ou está a procura destes profissionais. Para se tornar um exímio profissional suas referências contam; se você tem interesse em cultura, design, quadrinhos, filmes, animações e videogames, com certeza você está no caminho certo.
Pode soar como clichê, mas há um constante zumbido no estúdio sobre esses assuntos – é parte da cultura deles. Quando estes estúdios estão recrutando artistas, eles consideram o modo como os candidatos podem se adaptar ao resto da equipe. Entrosamento importa.
Como faço para criar um portfólio perfeito?
Os grandes estúdios gostam de ver boas ideias bem executadas. Tudo deve estar alinhado e esteticamente atraente, mas são os detalhes sutis, as nuances, que criam autenticidade e envolvem o público emocionalmente. Um bom artista segue o breafing se colocando sutilmente na animação. Ele sabe dar intenção a um trabalho, conhece de linguagem – conceito, design e, por fim, dá seu próprio toque criativo a uma obra.
Os grandes estúdios sabem reconhecer esse artista apenas de olhar seu portfólio.
O que fazer
- Busque o realismo quando necessário
- Fique atento a detalhes!
- Mostre sua imaginação / insights
- Adapte seus trabalhos para o seu público
- Resolva problemas e crie novas idéias
- Pense fora da caixa
O que não fazer
- Usar efeitos para mostrar que os conhece
- Ignorar a física, luz ou perspectiva
- Mostrar apenas habilidades técnicas sem nenhuma criatividade
- Os grandes estúdios utilizam uma gama infinita de softwares. Entretanto, não saber alguns como Maya, Houdini, Nuke e o pacote Adobe, é um grande ponto negativo.
Continue aprendendo
Os novatos tendem a chegar com experiência de alguns desses softwares citados, se não de todos. Mas há sempre espaço para melhorar e desenvolver novas habilidades e técnicas! Nunca pare de aprender. Seja através dos vários tutoriais on-line ou cursos e treinamentos disponíveis.
A aprendizagem autodidata é encorajada e esperada: grandes artistas sabem exatamente o tempo que levam para determinado trabalho e quais habilidades precisam melhorar em médio e longo prazo.
Quanto tempo do dia é preciso se dedicar ao trabalho?
No caso do estúdio Saddington Baynes, eles começam o expediente um pouco mais tarde para se adequar ao sistema de transporte público de Londres – as horas padrão lá são das 9h30 às 18h00, de segunda a sexta-feira.
A tecnologia está sempre mudando e muitos estúdios já estão desenvolvendo plataformas próprias para trabalho remoto, apesar da maioria, ainda preferirem o trabalho in-house
Não é apenas uma questão de produtividade, é, sobretudo, uma questão de cultura da empresa, na qual os estúdios esperam que todos que trabalhem lá, participem e colaborem com esta cultura.
Onde me encaixo na hierarquia de um estúdio?
Qualquer negócio criativo que se preze, mantém uma cultura de portas-abertas: são solícitos às idéias de seus artistas.
Em grande parte dos estúdios, todos são encorajados a ter visão e assumir a responsabilidade de seus próprios projetos. É importante que os membros de uma equipe (de todos os níveis da empresa) possam juntar as cabeças para resolver com desafios. Sem muita cerimônia e formalidade – todos têm uma voz e são encorajados a usá-la para obter resultados.
É divertido?
Ter espaço para mostrar sua personalidade é importante. Há um bordão na maioria dos bons estúdios de Londres: “é como se juntar a uma família … mas com croissants, frutas e cerveja grátis todas as semanas”. Além de muitos studios também adotarem a filosofia pet friendly em seus ambientes (Eu sei! para nós brasileiros isso pode soar muito distante)
Claro, todos trabalham bastante. Porém, um profissional não se desenvolve como artista a menos que se orgulhe do que faz e de onde está trabalhando. Então, a maioria dos estúdios, além de trabalhar muito – certificam-se de que todos serão recompensados por seus esforços.