Ontem, durante a live semanal do Mograph News, enquanto falávamos sobre a abertura do estúdio Supernova Duo, a Ester tocou num assunto que me fez refletir. Ela falava sobre a contratação de freelancers para os projetos da Supernova e comentou que, logo na primeira conversa com um possível colaborador, já é possível sentir se ele é confiável e se vai mandar bem no projeto.
Isso é verdade. De fato, precisamos de muito pouca interação para formarmos opiniões sobre as pessoas. Claro que às vezes isso é perigoso e podemos ser guiados por preconceitos, formando opiniões não tão verdadeiras. Mas a verdade é que, depois de alguns minutos de conversa, já é possível formar um conceito sobre alguém com uma boa chance de estarmos certos.
Daí vem a pergunta: como fazemos para gerar confiança no primeiro contato com nossos clientes? Já escrevi sobre isso recentemente aqui no blog no artigo “Freelancers não vendem motion, vendem confiança“, mas dessa vez quero focar em um ponto importante: a sinceridade.
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A nossa tendência, em quase qualquer meio social, é tentar parecer sempre melhor do que somos. Para isso, naturalmente, tentamos omitir qualquer fragilidade ou “ponto fraco” que temos. Tentamos parecer mais confiantes do que realmente somos e desviar o assunto quando não estamos familiarizados com ele. Parece que a confiança das pessoas depende do nosso esforço bem sucedido de camuflar nossas inseguranças. Mas, na realidade, é justamente o oposto que acontece.
O ser humano é muito bom em perceber sinais não verbais e, portanto, é muito fácil perceber se você tenta ser algo que não é ou se está trabalhando para esconder alguma fraqueza. Intuitivamente, pessoas que fazem isso são percebidas como menos confiáveis.
Você vai gerar confiança sendo exatamente quem você é, falando da forma que você normalmente fala, se vestindo como você normalmente se veste, e assim por diante. Algumas profissões possuem códigos de conduta que tornam isso mais difícil mas, na nossa área criativa, temos o privilégio de não precisar lidar com grandes formalidades.
Quando tratar do escopo do projeto, se há alguma coisa que você nunca fez antes, deixe isso claro. Você pode dizer que nunca fez mas sabe onde encontrar informações sobre aquilo e vai conseguir executar depois de algum estudo. Não há problema nenhum nisso se o prazo do projeto permitir.
Orçamento é outro assunto que nos empurra na direção de tentarmos ser o que não somos. Sinceridade em relação ao quanto cobramos também é importante. Isso significa explicar os cálculos que fez para chegar naquele valor (número de horas que vai precisar, por exemplo), se está ou não aberto a negociações e, até mesmo, quando estiver inseguro em relação a quanto cobrar. Lembrando sempre que eu acredito que o cliente deveria ser o primeiro a dizer quanto ele tem para o projeto e nós, profissionais, podemos nos adaptar àquele orçamento. Mas eu sei que nem todo cliente está disposto a isso.
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O resumo da ópera é aquele famoso: “seja você mesmo”. Se o cliente entrou em contato, você provavelmente é bom o suficiente para a demanda que ele tem. Então é sempre bom ser sincero e deixar claro como você se sente em relação ao job. Isso vale também para entrevista de emprego e qualquer outra situação em que você precise inspirar confiança. Sinceridade é a chave!