Por alguns dias o assunto orçamento estava bombando aqui no Layer! Após uma edição do Mograph News que foi até chamada de CPI do Motion e uma edição seguinte com a presença do convidado Leo Mazzei, onde foi comentado como a bancada se porta diante de algumas situações para elaborar um orçamento, achei válido trazer esse tópico mais uma vez aqui no blog.
Afinal, o orçamento ideal existe?
Não!
É muito difícil quando algumas pessoas pedem ajuda para elaborar um orçamento, pois elas esperam que um valor fixo e final seja dado para que repassem ao cliente, quando na verdade a melhor coisa possível a se fazer é dar o caminho para chegar nesse número, pois cada orçamento será elaborado a partir do que o cliente solicita mas também do nível de conhecimento do motion designer, prazo para entrega, realidade de vida e do que é justo para de cada um… E conforme a prática de mercado for adquirida, mais fácil será definir valores para os projetos que chegam.
Vejo que muitas pessoas que ainda estão iniciando na carreira de motion e recebem um pedido de orçamento, não consideram os aspectos chave para decidir quanto cobrar pelo projeto, por falta de conhecimento ou orientação certa; o primeiro instinto é pensar num valor aleatório (normalmente muito abaixo do justo e aceitável) e ainda se questionar se esse valor está muito alto para o cliente aceitar a proposta. Desde o início devemos saber impor o valor do nosso trabalho; dificilmente um cliente que já chega pedindo desconto aceitará pagar um valor mais realista com o passar do tempo, nem que o papo inicial seja sobre “fazer uma parceria” e com promessa de fazer mais projetos com você. Reserve esses descontos para clientes que você já conhece e te procuram com mais frequência.
O que deve ser considerado para montar um orçamento?
Briefing
O passo inicial e decisivo para se precificar um projeto é o Briefing, que é quando você se reúne com o cliente, seja por vídeo-chamada, e-mails ou de forma presencial (o que ficou difícil com a pandemia) e extrai dele(a) todas as informações pertinentes ao que será feito. É nessa etapa que tudo será definido e você saberá quais são suas obrigações: design, animação, ilustração, trilha sonora, collect files, etc… Tudo o que for dito nessa etapa implica diretamente no custo final do projeto e também que não hajam problemas ao longo de sua execução. Por isso é crucial que nenhum detalhe passe despercebido e nenhuma dúvida fique para trás.
Custos empresariais
Dificilmente será possível cobrar por projetos sem emitir Nota Fiscal, ou trabalhar fixo em agências, produtoras ou estúdios sem ser PJ, por isso costuma-se abrir um MEI. Partindo disso, custos empresariais começarão a surgir, e quando digo “custos empresariais”, não me refiro somente à taxa mensal do MEI -que atualmente está em R$ 60/mês para prestadores de serviço-, mas sim para custos com energia elétrica, internet, equipamentos e uso de softwares, pois tudo isso deverá sair do caixa da empresa. Por isso, ter controle dos valores que entram e saem, além de uma reserva de valor para o caixa também é importante, pois caso haja necessidade de troca, compra ou reposição de equipamentos, você terá o dinheiro na mão.
O preço do seu conhecimento
O conhecimento que você tem e que te torna um Motion Designer tem um preço, além de financeiro -pois investir em aulas e cursos é necessário-, é o seu tempo de vida que está sendo investido nesse propósito, ou seja, esse conhecimento não veio de graça. Por isso nunca se esqueça do valor do seu conhecimento e do quanto você investe seja em dinheiro e tempo, para cada vez mais melhorar as suas habilidades e entregar um trabalho com mais qualidade aos clientes.
Margem de negociação
Lembre-se que é sempre válido jogar um valor no orçamento que te dê margem de negociação, ou seja, o valor pra cima. Caso o cliente ache que o preço está acima do que ele pode pagar no momento, converse e tente renegociar o que foi pedido inicialmente. Pense em como seria possível reduzir o valor do projeto. Por exemplo: se no primeiro orçamento cobria animação de personagem, tente negociar para tirar os personagens e fazer a peça com elementos abstratos, o que irá baratear o projeto e também torna possível animar com mais facilidade.
Tenha sempre em mente que Motion Design e Animação são serviços caros, que necessitam de equipamentos bons e investimento em conhecimento. Sempre esteja atento ao cliente que você vai trabalhar. Evite aqueles que não têm noção ou não tentam entender o custo do seu trabalho.
Na live 02 do Manual do Freelancer, “Tudo sobre Orçamentos“, foi falado de forma bem detalhada sobre tudo o que considerar para precificar projetos. Confere aí que com certeza esse conteúdo vai te ajudar!
Lembrando que o Manual vai ao ar toda segunda-feira ao vivo às 16h, no Youtube do Layer Lemonade, trazendo os mais diversos assuntos sobre vida de Freelancer e carreira em Motion Design.